A exploração de petróleo na Margem Equatorial tem o potencial de gerar 54,3 mil empregos formais no Rio Grande do Norte (RN). A atividade pode também adicionar ao Produto Interno Bruto (PIB) potiguar R$ 10,8 bilhões (o que representa 15,9% de aumento) e proporcionar um extra de R$ 657,7 milhões em arrecadação indireta ao estado.
Com relação a todos os sete estados onde a atividade pode ser desenvolvida, o total de empregos estimado é de 326.049 mil. No que diz respeito ao PIB nacional, o acréscimo pode ser de R$ 65 bilhões e ainda uma elevação de R$ 3,87 bilhões em arrecadação indireta. Além disso, estima-se que a exploração pode render R$ 719,7 milhões em royalties.
Os números são de um estudo inédito produzido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgado semana passada e que avaliou os impactos econômicos e sociais da produção de petróleo na Margem Equatorial brasileira.
A projeção da CNI levou em consideração a estimativa de exploração de um poço por estado, com capacidade de 100 mil barris por dia, ao preço do barril de US$ 80 e assumindo uma taxa de câmbio de R$ 4,93.
O estudo gerou mais dados sobre os impactos da produção de petróleo na Margem Equatorial para o RN. De acordo com as estimativas, a atividade pode gerar incremento de 3,7% nos empregos totais; 7,4% na massa salarial total; 8,8% na massa salarial formal; e 8,1% na contribuição social.
Entre os setores beneficiados, estão a agropecuária (3,9%), indústrias extrativas (336,7%), indústrias de transformação (6,18%); eletricidade e gás, água e gestão de resíduos (4%), construção civil (3,6%), comércio (6,3%); transporte, armazenamento e correio (33,5%)
No RN, a exploração da Margem Equatorial também pode beneficiar os setores de informação e comunicação (10,7%); atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (10,4%), atividades imobiliárias (5,6%), outras atividades de serviços (9,5%) e administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (1,8%).
Os cálculos tiveram como base o sistema de contas regionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2019, para isolar eventuais distorções devido à pandemia. A simulação considerou que cada estado produzirá as máquinas e equipamentos necessários para a produção de petróleo, demandando quantitativos de mão de obra conforme o volume de produção de cada estado.
No estudo, assumiu-se que todo petróleo obtido será exportado. Além do RN, a Margem Equatorial brasileira é composta por Ceará, Piauí, Maranhão, Pará e Amapá.
O setor de óleo e gás (O&G), no Brasil, contribui com 9% do PIB industrial e mais de R$ 1,8 trilhão em tributos e royalties acumulados na última década, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Esses valores são distribuídos entre as diferentes camadas administrativas do país, desde a União até os municípios, e, por lei, parte do montante total é destinada a investimentos em educação, saúde e políticas sociais.
Recursos da Margem Equatorial podem ser usados na transição energética
As reservas da Margem Equatorial são a principal aposta da Petrobras para manter o nível de produção de petróleo a partir da década de 2030 e para a descarbonização e segurança energética durante a transição para uma economia verde.
Em janeiro de 2024, a Petrobras concluiu a perfuração do primeiro poço exploratório de Pitu Oeste, no litoral do Rio Grande do Norte, na Margem Equatorial. Os trabalhos haviam começado há pouco mais de um mês.
No Plano Estratégico 2024-2028, a Petrobras previu o investimento de US$ 3,1 bilhões para pesquisas na Margem Equatorial. A expectativa é perfurar 16 poços ao longo desses quatro anos.
Os trabalhos na Bacia Potiguar contam com o aval do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). As licenças de operação para a perfuração do poço de Pitu Oeste e do poço Anhangá foram obtidas em outubro de 2023.
A exploração das reservas encontradas na Margem Equatorial, sobretudo próximo à foz do Rio Amazonas, é criticada por grupos ambientalistas que veem risco de impactos à biodiversidade.
Imagens: Petrobras
Fonte: Novo Notícias