Menos de um mês depois do assassinato da advogada Brenda Oliveira na porta de uma delegacia, outra advogada foi morta a tiros, desta vez em Parnamirim, no Rio Grande do Norte.
Na madrugada desta quarta-feira 28, uma advogada criminalista foi assassinada, junto com o namorado, dentro do condomínio onde ela morava, no bairro de Nova Parnamirim, localizado em Parnamirim, na Grande Natal.
O crime aconteceu quase um mês depois do homicídio de Brenda Oliveira, em 30 de janeiro, na cidade de Santo Antônio.
Identificada como Andréia Teixeira, de 44 anos, a advogada chegava em casa com o namorado, Lenivaldo César de Castro, 52 anos, quando um homem, que já estava no local, saiu do veículo estacionado e alvejou os dois com disparos de calibre 12. Imagens da câmera de vigilância registraram o momento do crime e do veículo saindo do local logo após o assassinato.
O principal suspeito é o ex-companheiro de Andréia. O filho da advogada diz que ele não aceitava o fim do relacionamento. Ele diz que a mãe, inclusive, cogitava se mudar pois se sentia ameaçada pelo ex. A Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Parnamirim está responsável pela investigação do caso.
A Polícia Civil informou, por meio de assessoria, que o suspeito do crime é o ex-companheiro da advogada. “Em momento oportuno, a Polícia Civil irá divulgar novidades sobre o caso, que segue em sigilo, mas é uma linha de investigação, no caso do ex-companheiro”, diz um trecho do pronunciamento.
Em entrevista à imprensa local, Ronald Teixeira, filho de Andréia, afirmou que o ex-companheiro da mãe tem histórico de violência. “Ele era bastante violento. Ele já tinha um histórico agressivo”, confirmou. Ronald também relata que o suspeito tem acesso ao condomínio, o que possibilitou a entrada no local. “Ele tinha o controle do portão e se aproveitou. Já devia vir seguindo ela”, argumentou.
Nas redes sociais, Andréia costumava compartilhar momentos da rotina como advogada e, em uma das últimas publicações feitas por ela no perfil pessoal, ela aparece ao lado de quatro homens que respondem por crimes no regime semiaberto. Na legenda da imagem, ela ressalta que se sente privilegiada em “representar aqueles que muitas vezes são marginalizados ou injustiçados pelo sistema”, além de “dar voz aos silenciados, de lutar pelos direitos dos vulneráveis e de desafiar as estruturas que perpetuam a desigualdade”, segundo disse ela na publicação.
Uma outra publicação feita por Andréia nas redes sociais falava sobre a morte de Brenda Oliveira, em Santo Antônio, no RN, e de Rodrigo Crespo, no Rio de Janeiro. “A advocacia, mais uma vez, sendo atingida. Mais uma vez, está de luto”, disse a publicação.
Atentado
Além dos casos de homicídio nos primeiros meses de 2024, o advogado criminalista identificado como José Arthur sofreu um atentado no dia 9 de fevereiro, quando foi baleado enquanto dirigia em Cajupiranga, em Parnamirim, na região metropolitana de Natal. De acordo com a PM, José Arthur foi abordado por dois homens em uma moto que dispararam vários tiros enquanto ele estava dentro do veículo.
Após ser baleado, o advogado não conseguiu recuperar o controle do carro e colidiu com uma placa enquanto a dupla fugia. José Arthur foi socorrido e levado ao Hospital Deoclécio Marques, em Parnamirim.
Procurada para comentar sobre as duas mortes e o atentado contra o advogado, a OAB não respondeu até o fechamento desta edição.
OAB se pronuncia sobre morte da advogada em Parnamirim
Diante dos casos de violência e do assassinato de Andréia Teixeira, a OAB emitiu uma nota oficial por meio das redes sociais, na qual afirma já ter conhecimento do caso e repudia qualquer tipo de violência. Confira a nota completa da Ordem:
“A Ordem dos Advogados do Brasil no Rio Grande do Norte (OAB/RN) tomou conhecimento do homicídio contra a advogada Andréia Teixeira e seu namorado na madrugada desta quarta-feira 28.
O crime aconteceu no bairro de Nova Parnamirim e, segundo as primeiras informações preliminares, não há indícios de envolvimento com a atuação profissional da advogada.
Porém, logo que tomou conhecimento do caso, a Seccional Potiguar acionou o Plantão de Defesa das Prerrogativas e está acompanhando a situação.
A OAB/RN repudia veementemente qualquer tipo de violência e se coloca à disposição das autoridades competentes para colaborar com a elucidação rápida do crime”.
Imagem: Reprodução
Fonte: Agora RN