A Polícia Federal, no decorrer das investigações sobre a fuga de dois detentos da Penitenciária Federal em Mossoró cumpriu, nesta quarta (21), nove mandados de busca e apreensão nas cidades de Mossoró, Quixeré (CE) e Aquiraz (CE), contra possíveis envolvidos no fornecimento de apoio aos foragidos.
Três pessoas foram presas. Foi cumprido um mandado de prisão temporária, medida pedida pela PF, em Mossoró. Ainda neste município, outra prisão foi efetuada em virtude de mandado em aberto. Em uma das residências alvo das buscas (em Aquiraz), havia drogas, armamentos e munições. Houve uma prisão em flagrante. Foram apreendidos ainda telefones celulares e um veículo que, supostamente, teria sido utilizado no auxílio aos criminosos para fornecimento de armamento a ser empregado na fuga.
Os suspeitos teriam ajudado os fugitivos já do lado de fora da prisão. Estas foram as primeiras prisões em nove dias de investigações. Segundo apurou a TRIBUNA DO NORTE, uma das hipóteses é de que um dos homens presos foi ao Ceará buscar um carro e trouxe até a cidade de Baraúna, que fica próxima à divisa com o Ceará. De Baraúna, esse carro seria levado para outro local por outra pessoa até onde a investigação acredita que estavam os criminosos.
Segundo informações apuradas pela TRIBUNA DO NORTE com policiais que atuam nas buscas e forças de segurança do Ceará, as suspeitas são de que, passada mais de uma semana da fuga, a dupla ainda esteja em território potiguar. De acordo com as forças de segurança potiguares, as buscas pelos presos foragidos estão concentradas numa área na zona rural de Baraúna, cidade vizinha de onde houve a fuga.
A ação por terra dos policiais conta com cobertura aérea de helicóptero, que faz a varredura da área. A operação de buscas pelos criminosos conta com mais de 500 agentes, entre policiais locais, federais e rodoviários federais.
Desde o início das investigações, interlocutores ligados às investigações têm apontado as dificuldades para a recaptura dos presos. Policiais envolvido nas buscas atuam em área de mata, com cavernas, animais peçonhentos e período chuvoso, o que atrapalha as buscas.
Há nove dias, durante a madrugada da última quarta-feira (14), os detentos Deibson Cabral e Rogério Mendonça conseguiram fugir da Penitenciária Federal em Mossoró. Ambos são do Acre e estavam cumprindo pena no RN desde setembro de 2023.
A fuga aconteceu por uma série de falhas nas celas onde estavam os presos. A investigação aponta que os detentos utilizaram barras de ferro retiradas da estrutura da própria cela para cavar um buraco da luminária pelo qual conseguiram escapar. De lá, eles entraram no shaft, espaço que possui máquinas, tubulações e fiações elétricas, alcançaram o teto e chegaram ao terraço, de onde encontraram ferramentas de uma reforma da prisão e cortaram a grade e fugiram.
Na última quarta-feira (21), o Ministério da Justiça determinou novas medidas de segurança nas cinco penitenciárias federais do país. As medidas foram tomadas por conta da fuga registrada em Mossoró, a primeira do sistema federal.
Uma das medidas determinadas é a revista diária nas celas, pátios de sol e parlatórios, com exigência de relatórios para a diretoria das unidades. Além disso, a Defensoria Pública recomendou o uso de câmeras corporais por todos os agentes policiais envolvidos nas buscas pelos fugitivos.
O ministro Ricardo Lewandowski autorizou o emprego da Força Penal Nacional (FNP), “em caráter episódico e planejado”, para treinamento, sobreaviso e reforço da segurança externa da Penitenciária Federal em Mossoró. A Força Nacional, que terá emprego de 100 agentes, também chegou nesta quinta-feira (22) na cidade mossoroense.
Crédito da Foto: Depen
Fonte: TRIBUNA DO NORTE
