As buscas por Rogério Mendonça e Deibson Nascimento – fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró – entraram no quinto dia neste domingo (18). Os dois foram vistos pela última vez na noite de sexta (16) quando invadiram uma casa que fica a 3 km da Penitenciária.
A fuga aconteceu na última quarta-feira e é a primeira registrada na história do sistema penitenciário federal, desde sua criação em 2006.
Cães farejadores, helicópteros, e mais de 300 agentes de segurança das forças estaduais e federais trabalham nas buscas que se concentram em um perímetro de 15 quilômetros em torno do presídio.
Em alguns momentos, a polícia contou com a ajuda de moradores da região que conhecem a área de mata fechada. “Os policiais me chamaram hoje para ser uma espécie de guia deles porque eu conheço muito a área. Na quinta-feira, levei eles até o lugar das pegadas que era dentro de um terreno que eu já morei”, disse o agricultor Manoel Honorato, de 62 anos.
Fotos dos fugitivos foram espalhadas por vários pontos das comunidades rurais próximas ao presídio.
Pistas
Na quarta-feira (14) – mesmo dia da fuga – uma casa foi invadida na zona rural de Mossoró, a cerca de 7 km da penitenciária. Objetos pessoais como camiseta e uma colcha de cama foram furtados.
A polícia foi acionada e fez buscas na área. Na quinta-feira (15) objetos foram encontrados em uma área de mata. Um dos moradores da região confirmou aos investigadores que, entre os itens, estava uma colcha de cama furtada de sua casa.
A Polícia Federal recolheu material biológico desta casa. As amostras encontradas serão confrontadas com informações genéticas dos fugitivos.
Já na sexta-feira (16), com a ajuda de cães farejadores, uma camiseta de uniforme de presidiário foi encontrada na mata.
Na noite de sexta os fugitivos invadiram uma casa na zona rural, fizeram os moradores reféns, comeram, beberam água e roubaram dois celulares.
Fugitivos passam a ter nome em lista da Interpol
Nomes de fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró já aparece na lista da Interpol — Foto: Reprodução
Nesta sexta-feira (16) os nomes e fotos de Rogério Mendonça e Deibson Nascimento – fugitivos do presídio de segurança máxima de Mossoró (RN) – passaram a constar na lista vermelha da Interpol. Logo após a fuga, o Brasil pediu a inclusão na lista da Interpol – normalmente utilizado para cooperação entre as polícias de diferentes países quando criminosos perigosos conseguem fugir das nações onde são procurados.
Buraco usado para fuga
Uma imagem do presídio federal de segurança máxima de Mossoró mostra um buraco na parede da cela de um dos dois presos que fugiram da unidade na madrugada da quarta-feira (14).
“É preciso explicar como eles tinham, cada um deles, uma barra de ferro. Eles estavam em celas individuais, das quais não saiam sequer para o banho de sol. Então, as varas de ferro foram entregues a eles. Quem entregou? Não sei. As investigações precisam revelar”, disse.
Buraco na parede da cela de onde saíram fugitivos do presídio de segurança máxima de Mossoró — Foto: Divulgação
Morte de adolescente, rebelião: quem são os fugitivos
Os dois presos são do Acre e estavam na Penitenciária de Mossoró desde 27 de setembro de 2023. Eles foram transferidos após participarem de uma rebelião no presídio de segurança máxima Antônio Amaro, em Rio Branco, que resultou na morte de cinco detentos – três deles decapitados.
Rogério da Silva Mendonça é acusado de assaltos no Acre. Ele já preso foi acusado de mandar matar o adolescente Taylon Silva dos Santos, de 16 anos, em abril de 2021. Após o crime, Rogério foi transferido para o Presídio Antônio Amaro Alves, na capital, para o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), onde ficou desde então, até ter sido transferido ao Rio Grande do Norte.
Rogério responde a mais de 50 processos. Ele é condenado a 74 anos de prisão, somadas as penas, de acordo com o Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC).
Já Deibson Cabral Nascimento tem o nome ligado a mais de 30 processos e responde por crimes de organização criminosa, tráfico de drogas e roubo. Ele tem 81 anos de prisão em condenações.
Imagens: Reprodução
Fonte: G1 RN