Presente em praticamente todas as sociedades da história, o consumo de bebidas alcoólicas é algo normalizado e, geralmente, está relacionado com momentos de celebração e alegria. Ao contrário de drogas ilícitas, o álcool não enfrenta resistência, o que é preocupante do ponto de vista da saúde de quem o consome.
Para o médico psiquiatra Tiago Saldanha, professor do curso de Medicina da Universidade Potiguar (UnP), cujo curso é parte integrante da Inspirali, melhor ecossistema de educação em saúde do país, não existe consumo considerado seguro de álcool.
“Se fizermos a experiência de submeter toda a humanidade ao consumo de bebidas com álcool, pelo menos 10% dela se tornará dependente em algum nível. Ou seja, apesar de normalizadas socialmente, estas bebidas oferecem riscos para a saúde”, alerta.
O viés epidemiológico dessa discussão mostra um perfil do consumo de álcool entre homens e mulheres: os homens consomem maior quantidade, mas as mulheres apresentam características fisiológicas que as tornam mais propensas a desenvolver dependência, “uma vez que o álcool é matabolizado no nosso corpo por uma enzima que está em menor quantidade nas mulheres”, menciona Saldanha.
De acordo com dados da Sociedade Estadunidense de Psiquiatria, ao menos 20% da população mundial vai apresentar algum diagnóstico de doença relacionada ao consumo de bebidas alcoólicas. “Não necessariamente as pessoas se tornarão alcoólatras, mas podem desenvolver muitas outras doenças físicas e mentais”, frisa o especialista.
Consequências
Segundo informações da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), órgão ligado à Organização Mundial de Saúde (OMS), “o consumo de álcool é um fator causal em mais de 200 doenças e lesões. Está associado ao risco de desenvolvimento de problemas de saúde, tais como distúrbios mentais e comportamentais, incluindo dependência ao álcool, doenças não transmissíveis graves, como cirrose hepática, alguns tipos de câncer e doenças cardiovasculares, bem como lesões resultantes de violência e acidentes de trânsito”.
Faixas etárias
Ainda de acordo com Tiago Saldanha, adolescentes e jovens adultos têm maior chance de consumir álcool, até a 3ª ou 4ª década de vida. Também nesse período é mais provável que o indivíduo abuse do consumo.
“Neste cenário, fica evidenciada a importância de campanhas de conscientização para esse público, que está em desenvolvimento cognitivo e pode ter o consumo em excesso como a porta de entrada de problemas sérios de saúde”, reforça o psiquiatra e professor de Medicina da UnP/Inspirali.
Imagem: iStock
Fonte: Assessoria de Comunicação/UnP