Efeitos tardios do tratamento oncológico em crianças

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Nas últimas décadas, as taxas de sobrevida na Oncologia Pediátrica aumentaram e isso se deve aos avanços em radioterapia, quimioterapia, técnicas cirúrgicas e cuidados de suporte.

Pacientes sobreviventes de câncer na infância e adolescência apresentam o risco de desenvolver cáries dentárias, agenesia, raízes curtas, microdontia, hipoplasia e defeitos no esmalte, assim como, as que receberam tratamento radioterápico na região de cabeça e pescoço, principalmente, durante os picos de crescimento (do nascimento até a puberdade).

Possivelmente surgirão alterações como hipossalivação, alterações no paladar, disfagia, trismo, alterações no ligamento periodontal, cárie de radiação, osteorradionecrose, alterações na articulação têmporo mandibular, agenesia dental, alterações no desenvolvimento e formação radicular (formato radicular em V), essas alterações estão relacionadas com a dose da radiação e as topografias anatômicas irradiadas.

Essas consequências das radioterapias podem aparecer meses ou anos após o término do tratamento. Pacientes com rabdomiossarcoma, carcinomas de nasofaringe e sarcomas de Ewing, prevêem altas doses de radioterapia, sendo necessário que pacientes e cuidadores estejam bem orientados quanto aos efeitos futuros da radioterapia, em estruturas orofaciais e suas formas de prevenção e controle.

O diagnóstico de câncer é um impacto para as famílias de crianças afetadas. Muitos pais, neste momento, dão maior importância aos aspectos médicos, colocando a saúde bucal em segundo plano, sendo a motivação e a adesão do paciente e de seus responsáveis ao tratamento odontológico essenciais na prevenção e controle dos efeitos adversos bucais da terapia antineoplásica. O dentista deve informar ao paciente e à família das possíveis complicações odontológicas do tratamento do câncer, a fim de reduzir a incidência, duração e gravidade.

A prevenção das complicações orais compreende a completa avaliação prévia ao início da terapia oncológica, a manutenção de uma boa higiene bucal, durante o tratamento, a aderência de uma dieta não cariogênica e os cuidados orais preventivos, a fim de evitar os problemas orais durante e após a terapia do câncer.

Os dentistas devem estar atentos às dificuldades e facilitar a adesão dos pais às visitas odontológicas regulares de seus filhos, sob o risco de não impedirem a instalação de sequelas agudas e tardias, que impactem negativamente a saúde oral do paciente.

Imagem: Divulgação

Fonte: Assessoria de Comunicação/CDP

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