A partir de observações feitas com alguns profissionais, que lidam com pacientes oncológicos, diariamente, seja em hospitais ou em organizações da sociedade civil, foi possível notar um adoecimento, também, destes sujeitos nesses ambientes e a não percepção desse fato para si.
Olhar para o processo de adoecimento tão agressivo do outro, para o sofrimento (mental e físico) do paciente e da família, nos convida a entrar em contato com processos pessoais internos, como, por exemplo, reflexões sobre a qualidade da própria vida e da morte.
Culturalmente, infelizmente, não nos cuidamos de forma preventiva e isso terá consequências, seja em um processo próprio de adoecimento ou no envelhecimento. Na leitura do livro “A morte é um dia que vale a pena viver” – de Ana Cláudia Quintana Arantes, ela traz à tona muitas reflexões a respeito da vida e da morte, sobretudo de: como convidamos o outro a cuidar mais de si mesmo, se não cuidamos de nós?
É extremamente importante, então, cuidar-se para cuidar do outro, no processo de adoecimento e hospitalização oncológico, não só neste caso. O autocuidado e o autoconhecimento, principalmente para profissionais da saúde, são de uma grande magnitude na própria vida e na do outro. Temos escutado cotidianamente em jornais sobre diagnósticos da síndrome de burnout:
De acordo com Silveira ALP , et al. (2016) esta síndrome é ocasionada por uma combinação de três fatores: 1) Exaustão emocional (EE): caracterizada pela carência de Adenosina Trifosfato (ATP), motivação e empobrecimento sentimental que o próprio indivíduo não sabe lidar com seus afazeres diários e profissionais; 2) Despersonalização (DE): tende a provocar o desgaste na relação interpessoal, permitindo o olhar ao outro como um objeto que pode desencadear apatia e 3) Baixa realização profissional (RP): que condiz com a insatisfação individual e profissional que se opõe a negatividade frente ao ambiente ao qual se encontra.
Então, por que não cuidar de forma preventiva da nossa qualidade de vida?