Identificação do Alzheimer

Receber o diagnóstico de Alzheimer não é fácil para nenhum dos envolvidos, seja o diagnosticado, a família ou os profissionais. Isso porque a doença, progressiva e ainda sem cura, afeta diversos aspectos cognitivos e começa a aparecer, majoritariamente, em pessoas acima de 65 anos de idade. Neste cenário, uma pesquisa desenvolvida na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em parceria com a Imperial College, de Londres, revela uma metodologia inédita que pode auxiliar no diagnóstico precoce e melhorar os cuidados e os tratamentos da doença.

Atualmente, segundo o Ministério da Saúde, o diagnóstico do Alzheimer é por exclusão e abrange diversas etapas. Kássio Michell Gomes de Lima, do Instituto de Química da UFRN, e Maria Paraskevaidi, Salman Karim, Marfran Santos e StJohn Crean, representantes da Imperial College, propuseram uma metodologia inovadora na identificação da doença, que é alternativa, mais rápida, não-invasiva e de baixo custo. A metodologia proposta é baseada na coleta da saliva e subsequente leitura por espectroscopia, método analítico que mede a quantidade de radiação emitida ou absorvida por moléculas.

O teste de diagnóstico utilizando o método alcançou 76% de sensibilidade e 100% de especificidade na diferenciação de pacientes com Alzheimer quando comparados a um grupo controle. Isso significa que os indicadores foram consideráveis, tanto para resultados positivos entre pessoas com Alzheimer como negativos entre pessoas sem a doença.

Segundo o pesquisador da UFRN Kássio Lima, o diagnóstico precoce nos estágios iniciais da doença de Alzheimer possibilita a oportunidade de exercícios e tratamentos clínicos, proporcionando uma melhor qualidade de vida ao paciente. “Esse trabalho abre as portas para um diagnóstico precoce da doença quando comparado às metodologias convencionais, pois, especialmente com um diagnóstico precoce, maiores são as chances de retardar o processo, deixando a pessoa independente por mais tempo, evitando a rápida evolução do Alzheimer”, explica.

O estudo, intitulado The use of ATR-FTIR spectroscopy for the diagnosis of Alzheimer’s disease using oral buccal cells (O uso de espectroscopia ATR-FTIR para o diagnóstico da doença de Alzheimer utilizando células bucais orais, em tradução livre), está disponível na revista eletrônica Applied Spectroscopy Reviews.

Fonte: Agecom/UFRN

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