Durante uma das piores crises sanitárias globais e mesmo com poucos recursos financeiros, o Rio Grande do Norte encontrou formas de diminuir o número de óbitos por covid-19 em todo o estado. O principal recurso foi o uso da plataforma Regula RN, uma solução de saúde digital, fruto de uma cooperação tecnocientífica entre a Secretaria de Saúde Pública (Sesap/RN) e o Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS/UFRN).
Destaca-se que, no Rio Grande Norte, nesse período, foi desenvolvida uma importante ação de cooperação técnica também entre o Governo do Estado, os Ministérios Públicos e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), por meio do LAIS, para responder de forma mais qualificada e responsável a essa crise de saúde pública gerada pela pandemia Essa decisão foi fundamental para que o Regula RN se consolidasse como instrumento indutor da política de acesso aos leitos covid-19.
A eficácia do Regula RN foi novamente comprovada por meio de uma publicação na Revista Frontiers. No artigo, intitulado Inteligência artificial aplicada a análises durante a pandemia: ocupação de leitos covid-19 no estado do Rio Grande do Norte – Brasil, os autores demonstram, por meio de dados, do uso de inteligência artificial e da aplicação de um protocolo de regulação, que foi possível otimizar o acesso aos leitos covid-19 para atendimento dos pacientes com maior transparência e equidade.
Para realizar o estudo, foram utilizadas informações do banco de dados de regulação de leitos Regula RN Covid-19. O banco de dados foi extraído em 2 de agosto de 2022, quando continha 25.366 regulamentações vigentes, considerando as duas regiões de saúde do estado: a Oeste e a Metropolitana. A amostra é referente ao período de 30 de abril de 2020 a 2 de agosto de 2022.
Os resultados permitiram identificar o melhor modelo para auxiliar os profissionais de saúde no processo de regulação de leitos para pacientes com covid-19. As descobertas científicas do artigo demonstram que os métodos computacionais utilizados, aplicados por meio de solução de saúde digital, podem auxiliar na tomada de decisões de médicos reguladores e de instituições governamentais em situações de crise de saúde pública, isso de forma bem efetiva, ou seja, decisões com maiores chances de salvar mais vidas.
De acordo com Ricardo Valentim, diretor executivo do LAIS e um dos autores do artigo, a plataforma foi muito importante, principalmente no momento mais crítico da pandemia no estado, que foi no pico da crise no Rio Grande do Norte, quando chegou-se a ter 10 pacientes para um único leito de UTI. “Isso só foi possível porque, durante a pandemia, o Governo do Estado acelerou a transformação digital no SUS do RN, incluindo a melhor plataforma de regulação de acesso aos serviços de saúde que nós temos no Brasil hoje, que é a plataforma Regula RN”, enfatizou.
A Plataforma Regula RN atuou, também, como ferramenta de transparência pública ao realizar publicações on-line de diversos indicadores sobre a covid-19, com dados diários utilizados pela imprensa local e pelo consórcio de imprensa nacional para divulgação dos cenários epidemiológicos do estado. A Plataforma Regula RN foi, ainda, uma solução de saúde digital que promoveu e qualificou o controle social, aspecto relevante para evitar a dissonância de informações.
Reconhecimento Público
Antes mesmo do reconhecimento científico vindo pelo artigo da Frontiers, a governadora do estado, Fátima Bezerra, enfatizou a importância do Regula RN para salvar vidas durante a pandemia.
Em evento público, que teve a presença da ministra da Saúde, Nísia Trindade, em sua fala, Fátima Bezerra destacou a importância do Regula RN e da expansão pela qual a plataforma está passando, com a ampliação do atendimento para o Regula Ambulatorial e o Regula Vascular. “Naqueles tempos difíceis de pandemia, o LAIS deu uma contribuição decisiva para organizar o SUS, fazendo com que a gente pudesse cuidar da saúde e salvar vidas. Eu sei o quanto o LAIS foi e continua sendo importante para o fortalecimento do SUS”, ressaltou a governadora.
Imagens: Divulgação
Fonte: Agecom/UFRN