A fibromialgia é uma doença crônica que afeta ao menos 2% da população mundial, de acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia. Essa condição se caracteriza por dores musculares generalizadas, acompanhada de sintomas como sono não reparador e cansaço. Pode haver também distúrbios do humor, ansiedade, depressão, além de alterações da concentração e da memória. Para prestar auxílio gratuito às mulheres das comunidades de Natal, o projeto de extensão Dança Fibro encontrou no movimento corporal e na convivência em grupo, formas de amenizar as consequências da doença.
Todas as sextas-feiras, pela manhã, mulheres com fibromialgia se encontram no auditório do departamento de fisioterapia, para momentos de dança e interação. Ao chegar, as pacientes são acolhidas pelos extensionistas, estudantes de Fisioterapia, que aferem a pressão de cada uma e coletam o nível da intensidade da dor pela Escala Visual Analogica (EVA). Em seguida, os discentes ministram as atividades, projetadas para auxiliarem na redução da dor e alívio do estresse. O som é ligado e dá-se início a sessão de aquecimento e a prática de dança, com diferentes ritmos como salsa, samba, sertanejo, forró, tecno-brega, reggaetón e hip-hop.
Os benefícios da atividade para mulheres com fibromialgia vai além da parte física, lúdica e artística que a música promove, mas o convívio com outras pessoas também soma ao processo. “A oportunidade de socializar e fazer amizades com outras que passam pelas mesmas dificuldades ajuda muito no processo de aceitação de si mesma e de desabafar seus medos e dificuldades”, afirma o professor Marcelo Cardoso de Souza, também coordenador do projeto. Ao final da sessão, outro momento de alongamentos e relaxamento é realizado para que as pacientes possam desenvolver as atividades da vida diária com menos dor e mais disposição.
O Dança Fibro existe há oito anos na Universidade Federal do Rio Grande do Norte e já beneficiou cerca de 200 mulheres durante esse período. “O projeto é maravilhoso, foi através da dança que eu pude entrar para hidro e fazer fisioterapia, isso está me ajudando muito. Tenho até conseguido dormir melhor. Me sinto mais leve, feliz e com novas amizades, que tem me feito bem. Os alunos são maravilhosos, atenciosos e cuidadosos com a gente”, conta Vânia Mônica dos Santos, uma das participantes. Quando descobriu o diagnóstico, em 2023, logo procurou fazer parte.
Atualmente, há 25 inscritas nesta edição do projeto, porém, as inscrições permanecem abertas para quem desejar participar. Basta demonstrar interesse seguindo o Instagram @projetodancafibro e enviando mensagem de texto para o contato 84 98629-3837.
Imagens: Cícero Oliveira
Fonte: Agecom/UFRN