Uma mensagem captada pelo serviço de inteligência do sistema prisional do Rio Grande do Norte detectou uma suposta “tentativa de golpe de estado” entre facções criminosas. A situação é considerada preocupante pelas autoridades. Em 4 de novembro de 2023, membros da facção Sindicato do RN (SDC-RN) descobriram o “plano” audacioso arquitetado pelo Comando Vermelho (CV), uma das maiores organizações criminosas do Brasil.
A comunicação descreve um cenário de traição, estratégia e luta pelo poder, expondo a realidade volátil e perigosa dentro das penitenciárias. O centro do conflito é o pavilhão 1 de Alcaçuz.
O plano, agendado para 27 de novembro de 2023, era de derrubar a liderança atual da SDC RN, substituindo-a por membros do CV.
Segundo a mensagem, a facção carioca, liderada por “Abelhão”, planejava expandir seu controle para além das fronteiras do Rio de Janeiro, focando áreas estratégicas do Rio Grande do Norte, como Passo da Pátria, Caicó e Santa Cruz.
Recrutamento
O documento interceptado também descreve uma estratégia de recrutamento, explorando a vulnerabilidade de presos mais jovens e oferecendo assistência legal e outros recursos. O método de recrutamento, aliado às crescentes tensões, indica uma possível escalada de violência e instabilidade dentro das prisões.
A situação revela uma divisão interna na SDC RN, com alguns membros alinhados ao CV, enquanto outros permanecem leais à sua facção.
O remetente, conhecido como “Formigueiro”, alerta sobre a gravidade da situação e pede uma resposta coordenada para conter a crescente influência do CV.
Esse incidente não apenas reflete as dinâmicas de poder nas prisões, mas também destaca a capacidade das organizações criminosas de operar e influenciar mesmo sob severas restrições.
As autoridades enfrentam o desafio de mitigar essa tensão e evitar um possível derramamento de sangue devastador.
A situação está em desenvolvimento, e as consequências desse golpe fracassado podem reverberar por todo o sistema prisional.
Posicionamento da SEAP
A equipe de reportagem procurou a Secretaria de Administração Penitenciária do Rio Grande do Norte (SEAP-RN) para comentar o assunto, mas o órgão afirmou que não irá se posicionar sobre o caso.
Imagem: José Aldenir
Fonte: Agora RN