Estudar e desenvolver estruturas e materiais para produzir produtos com o desempenho adequado e a durabilidade esperada. Com esse objetivo, o Programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia de Materiais (PPGCEM/UFRN) conquistou um espaço muito relevante e, hoje, faz parte do time de cursos no país que se encontra no ápice de sua excelência acadêmica, avaliado com a nota máxima (7), atribuída pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
O PPGCEM iniciou suas atividades em 1998, oferecendo apenas o curso de doutorado. Em 2004, foi aprovado pela Capes e incorporado ao Programa o curso de mestrado, visando atender à demanda específica da primeira turma de Engenheiros de Materiais, formados pela UFRN. Desde sua criação, o programa tem formado mestres e doutores, atendendo às exigências do mercado, assim como desenvolvendo pesquisas científicas e tecnológicas de elevada qualidade e de interesse do setor industrial local e nacional.
Após 25 anos, desde sua criação, o PPGCEM é destaque, principalmente, devido à sua rede de laboratórios, nos quais os docentes atuam como líderes e pesquisadores. Exemplo disso é o Laboratório Institucional de Microscopia Eletrônica e Caracterização de Materiais (LIME/UFRN). Esses equipamentos, localizados em diferentes departamentos e centros de pesquisa do Centro de Tecnologia (CT) e do Centro de Ciências Exatas e da Terra (CCET), valorizam disciplinas experimentais que abrangem diversas áreas e técnicas, consolidando os trabalhos de pesquisa realizados nos programas de pós-graduação da instituição.
Nos laboratórios, os docentes realizam pesquisas colaborativas em áreas de Caracterização de Materiais, Espectroscopia Mössbauer, Metalurgia do Pó, Análise Química, Termoquímica e Termoanálises, Catálise e Petroquímica, Reologia e Processamento de Polímeros. Além dessas, atuam em pesquisas colaborativas nas áreas de Tratamentos Térmicos e Materiais Cerâmicos, Ensaios Mecânicos de Materiais, Compósitos, Síntese Química, Soldagem e Inspeção, Caracterizações Elétricas e Magnéticas, Propriedades Físicas de Materiais Cerâmicos, Filmes Finos, entre outras.
Edson Noriyuki Ito, atual coordenador do PPGCEM, diz que a formação proporcionada pelo programa prepara professores, pesquisadores e profissionais para o mercado do trabalho, a fim de que estes atuem em diversas áreas de materiais, incluindo metais, cerâmicas e polímeros. “Essas áreas podem desenvolver materiais de alto desempenho que atendem às necessidades tecnológicas da sociedade. A pesquisa interdisciplinar possibilita a criação de compósitos e nanocompósitos, combinando diferentes materiais para alcançar propriedades desejadas”, esclarece.
Ito reforça que o programa tem como uma de suas principais características a multidisciplinaridade, oferecendo aos pesquisadores a liberdade de conduzir estudos nas áreas de engenharia, de química e de física, todos relacionados ao desenvolvimento experimental em Ciência e Engenharia de Materiais.
O professor Mauricio Bomio Delmonte acredita que, como membro do corpo docente do PPGCEM, o aspecto mais gratificante é observar o desenvolvimento científico e intelectual dos estudantes durante o seu período de estudo no programa. “Esse aspecto vai desde as pequenas conquistas durante o curso, como a realização de um experimento, até mesmo a sua contratação em uma grande empresa, ou órgão público, ou, até mesmo, empreendendo”, diz.
Convênios e projetos conjuntos já são uma realidade dentro do PPGCEM. Recentemente, incluiu em seu portfólio o Programa de Recursos Humanos PRH32.1: Nanotecnologia e Novos Materiais Aplicados ao Setor de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, em convênio com a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP). “Esse programa apresenta a característica de formação de recursos humanos para esse setor, em que os alunos são direcionados para os desenvolvimentos de materiais funcionais para aplicação na indústria de Petróleo e Gás”, comenta Bomio.
Conexão com o mundo
Docentes do PPGCEM mantêm vínculos e projetos com diversos centros de pesquisa no Brasil e no exterior, o que permite o intercâmbio de pesquisadores e, sobretudo, de estudantes, tanto para realizar experimentos específicos, como para cursar disciplinas. Nos últimos anos, a cooperação internacional tem se intensificado, como maior número de alunos no exterior, minicursos ministrados por docentes de outros países (principalmente Europa) e publicações conjuntas.
“Os trabalhos de internacionalização são realizados por diversos professores do programa. Além disso, o PPGCEM já apresenta um processo de seleção de alunos de outros países, como é o caso do edital do Programa de Mobilidade Internacional (International Cooperation Group of Brazilian Universities – GCUB), que, neste ano, recebeu inscrição de 15 candidatos ao curso de doutorado, 20 ao curso de mestrado e que, atualmente, está em fase de seleção e de escolha dos candidatos estrangeiros que virão cursar a pós-graduação”, informa o atual coordenador.
Para incentivar ainda mais a participação dos alunos em conferências, em workshops e em eventos acadêmicos relevantes, o PPGCEM oferece apoio financeiro para a tradução e para a revisão de artigos científicos por um nativo na língua inglesa, facilitando que as pesquisas, fruto do programa, alcancem audiências internacionais.
Edson Ito acredita que a rápida evolução tecnológica que a sociedade vivencia, em que dispositivos e sistemas tornam-se obsoletos em um curto período de tempo, ilustra a importância do PPGCEM para o futuro. “Sua missão de formar mestres e doutores, habilitando-os a compreender a estrutura química dos materiais e sua relação com as propriedades, é crucial para acompanhar a evolução das tecnologias atuais. Este programa é um farol para a inovação, garantindo que, à medida que novos materiais e tecnologias surjam em intervalos cada vez mais curtos, haverá especialistas preparados para desenvolver soluções que impulsionam a sociedade em direção a um futuro mais promissor e sustentável”, complementa.
Fonte: Agecom/UFRN