O câncer infantojuvenil e as oportunidades de resgate da rotina educacional

Apesar de tantas incertezas, crianças e adolescentes com câncer continuam a crescer e se desenvolver, mesmo estando gravemente doentes. Felizmente, o Instituto Nacional do Câncer – INCA – aponta que o diagnóstico precoce do câncer, para esse público alvo, aumenta em 80% as chances de cura da doença.

Durante o período de adoecimento, o paciente se afasta do seu convívio social, para dar ênfase ao tratamento, acarretando consequências emocionais e educacionais, que podem ser minimizadas, por meio do atendimento multiprofissional, ofertados nas Instituições de apoio e hospitais.

O serviço educacional ofertado pela Casa Durval Paiva, por meio das classes hospitalar e domiciliar, desenvolve um atendimento pedagógico especializado, assessorado pela Secretaria Estadual de Educação, a fim de garantir que os pacientes assistidos, estudantes da educação básica, com idade escolar obrigatória, deem continuidade ao processo de escolarização, em parceria com as escolas onde eles têm matrícula ativa, evitando a evasão escolar, durante o tratamento.

O espaço educacional da Casa Durval Paiva oferece um ambiente acolhedor, estimulante e facilitador de novas relações e de aprendizagens, que tem como principal objetivo incluir todos os estudantes no processo de aprendizagem, buscando estratégias flexíveis e adaptadas, dentro da singularidade de cada aluno.

Dentre as atividades desenvolvidas, vamos citar a participação do estudante Antônio Samuel, nas aulas do projeto pedagógico, voltado para a temática anual: “Meio ambiente: eu cuido, você cuida e nós sobrevivemos”.

Antônio Samuel tem 11 anos, residente da cidade de Natal – RN, é paciente acometido por leucemia e passou a ser paciente assistido pela CDP, desde janeiro de 2023, por isso, precisou se afastar da rotina convencional e dedicar-se ao tratamento. Samuel é estudante do 4º ano do Ensino Fundamental e foi reprovado, na mesma série, por dois anos consecutivos. Segundo relatos dele, “não aprende” por questões do seu núcleo familiar.

Na sondagem feita em sala com Samuel para a atividade proposta, percebeu-se que ele tem grandes dificuldades de aprendizagem, não está alfabetizado e encontra-se, ainda, no nível pré-silábico de escrita, pois, ao registrar qualquer tentativa de escrita, escreveu apenas as algumas letras do seu nome, de forma desordenada, sem valor sonoro, para todas as palavras que se dispôs escrever, apesar de estar cursando o 4º ano do Ensino Fundamental, onde já deveria ter essa habilidade constituída.

Entretanto, o adoecer veio para transformar sua rotina e o processo de aprendizagem. Com isso, em virtude de minimizar as dificuldades de aprendizagem e fazê-lo avançar no processo de alfabetização, a professora busca incentivar Samuel a ter boas perspectivas de aprendizagem e a interagir com os recursos didáticos pedagógicos utilizados nas aulas, de forma individualizada.

Assim, estratégias de intervenção adequadas podem resultar no interesse e avanço de Samuel no processo de aprendizagem, no seu bem-estar e na sua motivação, a fim de mostrar para ele que é possível aprender sim, mesmo em meio a um momento tão delicado para sua saúde

Imagem: Divulgação

Fonte: Assessoria de Comunicação/CDP

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