Pelo menos seis casas desabaram parcialmente em uma encosta no conjunto Pirangi, bairro Neópolis, Zona Sul de Natal, no início da manhã desta segunda-feira (21). Ninguém se feriu.
A Defesa Civil da capital potiguar foi chamada ao local e interditou os seis imóveis. De acordo com o órgão, as partes de trás das casas desabaram junto com um muro, que ficava no entorno da lagoa Ouro Preto.
“Foram seis casas que desabaram parcialmente para dentro da lagoa de captação Ouro Preto. Estamos fazendo identificação da área, fazendo isolamento, as pessoas foram retiradas, a Semtas (Secretaria de Trabalho e Assistência Social) está a caminho para atender essas famílias atingidas e a gente está avaliando a área para saber se precisa de uma intervenção de isolamento maior”, afirmou Fernanda Jucá, da Defesa Civil.
O caso aconteceu na Rua Marcassita por volta das 6h30, segundo os moradores. Testemunhas disseram que não chovia, no momento do desabamento. Nos imóveis atingidos, havia 26 moradores.
“Eu me levantei, estava escovando os dentes e ouvi um estalo – teco, teco – fiz carreira, pensei que a casa ia embora toda”, afirmou o morador Luís Gomes.
“A gente estava dormindo, quando pensou que não escutou um barulho muito forte e caiu os muros das casas do povo. Na minha casa eu ainda botei muito ferro, mas vai cair o meu muro e a área de serviço. Ficou tudo rachado”, disse outra moradora da rua, Maria José.
Moradora da rua há mais de 20 anos, a dona de casa Luzimar Medeiros afirmou que os moradores já tinham alertado a prefeitura sobre o risco e temiam o desabamento.
“A gente já tinha ido a várias audiências junto com o secretário, já chamei a Defesa Civil outras vezes, já vieram aqui, sempre a gente entrando em contato com eles e contando a situação da lagoa, as paredes cedendo. A minha casa já foi quatro vezes reformada lá atrás, a gente já gastou o que tinha, o que não tinha, porque a gente via rachadura no chão, aí mandava ajeitar, mas de noite eu olhava e estava de um jeito, quando era de manhã já estava de outro jeito”, disse.
“A gente pedia a manutenção da lagoa, porque desde que essa lagoa foi feita, só teve uma única vez que foi feita a manutenção e nunca mais. Nunca mais. A Urbana veio na semana passada, depois de tanto a gente lutar, de tanto ofício, eles vieram limpar, mas o encarregado disse que não ia botar os homens dele para trabalhar porque era arriscado a qualquer momento cair”, relatou.
Defesa Civil já tinha identificado risco em encosta onde casas desabaram parcialmente em Natal
Segundo a coordenadora da Defesa Civil de Natal, Fernanda Jucá, o muro de contenção ficava no entorno da lagoa de captação Ouro Preto, localizada atrás das casas. A lagoa tem cerca de 15 anos, segundo ela.
Ao longo dos últimos anos, os moradores da região já tinham chamado as equipes do município ao local e os técnicos identificaram riscos. Ainda de acordo com ela, nas análises feitas há mais de um ano, não havia risco iminente de desmoronamento.
“A gente já tinha identificado uma situação de risco que não era tão alta até então. Aconteceu realmente muito rápido para o que a gente esperava. Existiam algumas fissuras, algumas rachaduras nos imóveis, mas não era caso de interdição, de risco eminente ainda”, afirmou.
“A gente vinha acompanhando a situação, provavelmente ela evoluiu do ano passado para cá, talvez com as chuvas. A gente identificou também algumas saídas de água para dentro desse muro de contenção. Então a gente está estimando que isso pode ter acontecido também devido a essa infiltração de água, que a gente não conseguia identificar inicialmente, algum problema estrutural interno no muro”, acrescentou.
De acordo com Fernanda Jucá, após o problema ter sido analisado, inicialmente, os moradores foram orientados a informar piora do quadro no local e também a não colocarem sobrecarga nas áreas de trás dos imóveis. Ainda de acordo com ela, árvores como coqueiro e um grande pé de algodão foram encontrados na manhã desta segunda-feira (21).
“Essas árvores nesse topo do muro da encosta cria a abertura para água, cria caminhos para água que pode causar fissura e fragilizar o muro. Então talvez esse movimento, esse conjunto de fatores tenha influenciado para esse desabamento”, considerou.
O secretário de Infraestrutura do município, Carlson Gomes, afirmou que a prefeitura estuda medidas para auxiliar na contenção do local, a fim de evitar novos acidente, além da recomposição da encosta e do muro. Ele ressaltou que o local é difícil acesso para maquinas pesadas.
Gomes ainda afirmou que empresas que prestam serviço foram acionadas ao local para estudar alternativas, mas não deu prazo para restabelecimento do muro. “Em algumas casas, dá pra ver claramente que as paredes foram construídas em cima do muro de proteção da lagoa”, comentou.
Moradora da rua há mais de 20 anos, a dona de casa Luzimar Medeiros afirmou que os moradores já tinham alertado a prefeitura sobre o risco e temiam o desabamento.
“A gente já tinha ido a várias audiências junto com o secretário, já chamei a Defesa Civil outras vezes, já vieram aqui, sempre a gente entrando em contato com eles e contando a situação da lagoa, as paredes cedendo. A minha casa já foi quatro vezes reformada lá atrás, a gente já gastou o que tinha, o que não tinha, porque a gente via rachadura no chão, aí mandava ajeitar, mas de noite eu olhava e estava de um jeito, quando era de manhã já estava de outro jeito”, disse.
“A gente pedia a manutenção da lagoa, porque desde que essa lagoa foi feita, só teve uma única vez que foi feita a manutenção e nunca mais. Nunca mais. A Urbana veio na semana passada, depois de tanto a gente lutar, de tanto ofício, eles vieram limpar, mas o encarregado disse que não ia botar os homens dele para trabalhar porque era arriscado a qualquer momento cair”, relatou.
Imagens: Imagens: Vinícius Marinho
Fonte: G1 RN