Alívio da dor: Projeto oferece métodos não farmacológicos para melhorar a satisfação da mulher durante o parto

A experiência do parto marca a mulher de diferentes formas, emocionais, físicas, psicológicas. É um momento geralmente conhecido pela intensidade de dores, mas acompanhado da alegria final: o nascimento. Para auxiliar gestantes nesse processo e aplicar métodos para auxiliar a minimizar a dor, surge o projeto de extensão A mulher como protagonista do parto: Atuação Interprofissional no alívio da dor e no incentivo ao parto normal, da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi (FACISA), com atuação no Hospital Universitário Ana Bezerra (HUAB), em Santa Cruz.

Desde 2018, a equipe incentiva a liberdade de escolha das mulheres em como deseja ter sua criança. Isso porque, em 2014, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou dados e declarações a respeito da violência obstétrica. “Muitas mulheres sofrem tratamento desrespeitoso e abusivo durante o parto em instalações de saúde em todo o mundo”, destaca o relatório. O documento mostra, ainda, que “uma em cada quatro mulheres brasileiras sofre algum tipo de violência durante o parto, desde gritos, procedimentos dolorosos sem consentimento ou informação, falta de analgesia e até negligência.”

Por meio de métodos não farmacológicos, as pacientes recebem assistência para auxiliar na redução das dores.

No projeto, os alunos de graduação, mestrado e residentes fazem o acompanhamento de mulheres grávidas e auxiliam os profissionais do Hospital. Ao chegar ao HUAB, oferecem às gestantes em trabalho de parto métodos não farmacológicos para aliviar as dores. Massagem, banho morno no chuveiro, camaterapia, conversas acolhedoras, de acordo com a necessidade e preferência da mulher. Nesse processo acontece a assistência interprofissional, pois a equipe é composta por universitários dos cursos de Enfermagem, Fisioterapia, Nutrição e Psicologia, cada um aplicando os conhecimentos da área.

A fisioterapeuta Adriana Magalhães, coordenadora do projeto, já ouviu relatos ruins de violência obstétrica e acredita ser importante acolher as mulheres nesse momento de vulnerabilidade. “A mãe pode ser participante ativa para escolher se vai querer andar, se alimentar, como ter o bebê, em que posições, e o que deseja fazer para que se sinta satisfeita com o parto e tenha protagonismo nas decisões, desde que sejam baseadas em comprovações científicas”, destaca a professora.

O parto normal também é incentivado. A recomendação da OMS é que a taxa do número de operações cesarianas no Brasil seja de 15%, o que não vem ocorrendo. De acordo com relatório publicado pelo Ministério da Saúde, a quantidade de partos cesáreos chega a 85%, realizados nos serviços privados, e 40% nos públicos. Com o parto fisiológico, a mulher tem a recuperação mais rápida e com menos riscos de infecção. Já o bebê tem menos chances de possuir doenças alérgicas ou autoimunes e de ter dificuldade com a respiração. Portanto, é o método considerado mais seguro.

Imagens: Cícero Oliveira

Fonte: Agecom/UFRN

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