Entre o maternar e o cuidar: Aspectos da vida de mulheres cuidadoras de crianças e adolescentes com câncer

Publicidade

As atividades relacionadas ao cuidar afetam a vida principalmente das mães, mulheres cuidadoras. O grau de dependência das crianças e adolescentes com câncer para desempenhar as atividades de vida diária influenciam, diretamente, o cotidiano da pessoa de referência.

As práticas do cuidado ocasionaram mudanças de hábitos, comportamentos e, em alguns momentos, até de território. Portanto, avaliar estes aspectos torna-se necessário para evidenciar, amenizar e planejar a assistência a essas cuidadoras.

Ao trabalharmos com crianças e adolescentes com câncer, torna-se necessário olhar para essas mulheres, por configurarem-se enquanto extensão do bem-estar do paciente. Para além, essas mães dedicam-se exclusivamente aos seus filhos, esquecendo de si próprias e de suas necessidades físicas, emocionais e sociais.

Na prática profissional, o foco de atenção, na maioria das vezes, é o indivíduo doente. Ainda hoje, as cuidadoras são percebidas como recurso em benefício do indivíduo. Em se tratando de crianças e adolescentes, a cuidadora principal é a mãe, sendo definida como a pessoa da família com o dever moral de acompanhá-la.

Em diversos espaços a cuidadora é “rotulada”. Espera-se que cuide “naturalmente”, principalmente pela construção social do papel da mulher e da maternidade. Essa é condicionada a acreditar que ninguém está à altura para “cuidar e proteger” o seu filho.

Assim, ainda há a necessidade dos profissionais modificarem suas atitudes frente às cuidadoras e ao binômio indissociável que é o paciente-família. A família tem o direito de participar do tratamento e receber suporte não apenas para aprender a cuidar do paciente, mas, sobretudo, para enfrentar, compreender e compartilhar a situação de doença e entender sua condição, conflitos e medos.

Tendo em vista tal contexto, é que o setor de Serviço Social, junto ao de Psicologia da Casa de Apoio à Criança com Câncer, desenvolve o grupo “De Mãos Dadas”. Na perspectiva de um cuidado integral e humanizado, a ação grupal continuada tem por objetivo oferecer escuta qualificada à família dos pacientes, bem como, intensificar e promover uma maior adesão a participação desses nas atividades oferecidas pela instituição.

Imagem: Divulgação

Fonte: Assessoria de Comunicação/CDP

Sair da versão mobile