Emparn registra rajadas de ventos três vezes mais velozes que o normal

Os ventos no Rio Grande do Norte neste início de julho de 2023 superam a marca dos 30km/h na faixa litorânea do Estado. Os dados do Sistema de Monitoramento da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn) registram aumento de mais de 200%, em relação à média histórica, que é de 10km/h. Este cenário decorre da intensificação do Centro de Alta Pressão Atmosférica do oceano Atlântico Sul, mais forte do que o normal, provocando ventos de sul/sudeste mais intensos.

“O mês de julho não é característico de ventos fortes, no entanto este ano as rajadas estão ultrapassando os 30km. Para agosto, setembro e outubro, a previsão é de ventos mais calmos pela influência do fenômeno El Niño estabelecido no oceano Pacífico e causando bloqueios sobre o Nordeste”, explicou o chefe da unidade Meteorologia da Emparn, Gilmar Bristot.

Balanço de chuvas

Em junho de 2023 choveu abaixo do esperada em todas as regiões do Rio Grande do Norte. A média estadual foi de 76,6 milímetros (mm) correspondendo a 21,2% abaixo do normal. O mês de junho é menos chuvoso nas regiões Oeste e Central do Estado, que se encontram no período de estiagem; e mais chuvoso nas regiões Leste e Agreste Potiguar, porém nestas localidades choveu 36,6%.

“As chuvas ocorridas no mês de junho de 2023 no Estado apresentaram índices baixos e distribuições temporal e espacial bastante irregulares, características que prejudicaram a atividade agrícola nas regiões Agreste e Leste do Estado”, comentou Bristot.

O meteorologista explica ainda que esse cenário é fruto da “predominância do vento soprando do quadrante sul/sudeste, prejudicando desta forma a ocorrência de chuvas ao longo de toda a faixa litorânea leste e na região Agreste do Estado. Essa configuração do vento soprando de sul/sudeste foi resultado do posicionamento do Centro de Alta Pressão do Oceano Atlântico Sul, que esteve menos intensa e mais deslocada para próximo das regiões sul/sudeste do Brasil”.

Para os próximos meses os efeitos de El Niño (aquecimento acima do normal das águas superficiais do oceano Pacífico equatorial) deverão provocar aumento nas temperaturas devido a formação de bloqueios atmosféricos que diminuem a formação dos ventos na região Nordeste. “No oceano Pacífico, praticamente tivemos o início do Fenômeno El Niño que deverá influenciar nas condições climáticas durante os próximos meses, nem tanto na condição de chuva, mais com aumento das temperaturas”, finalizou.

Imagem: Reprodução

Fonte: ASSECOM/RN

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