Hospitais universitários da UFRN ressaltam a importância do teste do pezinho

Saúde é direito de todo cidadão, assim os cuidados devem começar o mais precocemente possível. Por isso, ainda quando recém-nascido, o teste do pezinho, garantido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é obrigatório em todo território nacional. Neste mês de conscientização, e, mais especificamente, no Dia Nacional do Teste do Pezinho, celebrado em 6 de junho, hospitais universitários da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), vinculados à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), alertam quanto à importância da realização deste exame capaz de rastrear 14 grupos de doenças metabólicas, bioquímicas, genéticas, endócrinas, raras e infecciosas.

Todo bebê que nasce no Brasil tem o direito de realizar gratuitamente essa triagem. Na Maternidade Escola Januário Cicco (Mejc/UFRN), em Natal, são realizados cerca de 250 testes por mês. Já no Hospital Universitário Ana Bezerra (Huab/UFRN), em Santa Cruz, 50 exames são feitos no mesmo período.

Por ser um exame de triagem populacional, o teste do pezinho deve ser feito em toda população recém-nascida e não se trata de um exame diagnóstico. O objetivo é prevenir as complicações das doenças investigadas e que não apresentam sintomas no período neonatal (0 a 28 dias de vida), podendo levar a deficiências ou afetar gravemente a saúde da criança. Tratadas a tempo, a chance de que essas doenças não deixem sequelas é maior, melhorando a qualidade de vida dos casos confirmados e tratados.

“É importante que seja colhido nos primeiros dias de vida, entre o terceiro e quinto dia após o nascimento”, afirma Geisa Meneses, pediatra da Mejc, que prossegue: “O teste detecta alguma possível alteração específica de determinadas doenças que demoram a aparecer, aí, quando se percebe, pode já ter um dano instalado e irreversível. Então, quanto mais precoce a detecção, mais rápida será a intervenção e a assistência ao bebê e à família”, explica a especialista.

Exame

O teste do pezinho é feito a partir da coleta de pequenas gotas de sangue do calcanhar do bebê, que são colocadas em um papel de filtro e enviadas para o laboratório para análise e verificação de alterações. O calcanhar é uma região rica em vasos sanguíneos e favorece o gotejamento, por isso o teste é feito recorrentemente no pé.

Amparo legal

Até 2021, seis doenças eram identificadas pelo teste do pezinho pelo SUS. São elas: fenilcetonúria (resultante do acúmulo de substâncias tóxicas do metabolismo da fenilalanina e que pode levar ao atraso do desenvolvimento neuropsicomotor); anemia falciforme e outras hemoglobinopatias (alterações da hemoglobina presente nos glóbulos vermelhos do sangue, aumentando o risco de infecções e dores articulares, além de anemia); fibrose cística (causadora de obstrução de glândulas nos pulmões, pâncreas e pele, com aumento da produção de muco espesso); hipotireoidismo congênito (redução ou ausência dos hormônios produzidos pela tireoide, o que pode ocasionar atraso do desenvolvimento neuropsicomotor); hiperplasia adrenal congênita (deficiência enzimática de glândulas localizadas acima dos rins, responsáveis por produzir hormônios importantes para o crescimento e o desenvolvimento normais de uma criança); e deficiência de biotinidase (enzima responsável por absorver a biotina dos alimentos consumidos, sua ausência causa distúrbios neurológicos, cutâneos e motores).

Com a Lei nº 14.154, de 26 de maio de 2021, foi estabelecido, no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o rastreio de cinquenta doenças, divididas em 14 grupos específicos. Nessa legislação, são estabelecidas, ainda, cinco etapas de implementação do teste do pezinho nos estados brasileiros:

Etapa 1:

— Fenilcetonúria e outras hiperfenilalaninemias;

— Hipotireoidismo congênito;

— Doença falciforme e outras hemoglobinopatias;

— Fibrose cística;

— Hiperplasia adrenal congênita;

— Deficiência de biotinidase;

— Toxoplasmose congênita.

Etapa 2:

— Galactosemias;

— Aminoacidopatias;

— Distúrbios do ciclo da ureia;

— Distúrbios da beta-oxidação dos ácidos graxos.

Etapa 3:

— Doenças lisossômicas.

Etapa 4:

— Imunodeficiências primárias.

Etapa 5:

— Atrofia muscular espinhal.

Onde o Teste do Pezinho pode ser feito?

Toda a rede SUS, por meio do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), realiza o teste, o que inclui os Hospitais Universitários Federais vinculados à Ebserh e as Unidades Básicas de Saúde em todo território nacional.

Imagem: reprodução

Fonte: Agecom/UFRN

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