Após mais de um ano de seu anúncio, está chegando a hora de testemunhar todas as mudanças que Street Fighter 6 prometeu em relação ao seu antecessor. Por mais que os testes betas e demos tenham provado que o jogo realmente está caprichado, todos os deslizes com Street Fighter V nos fazem colocar os pés no chão antes de cravar que ele será um sucesso instantâneo.
Um ano cheio para os ringues
2023 será agitado para os jogos de luta, pois além de Street Fighter 6, outros dois titãs do gênero serão lançados ainda este ano: Tekken 8 e Mortal Kombat 1. Todos eles prometendo inovações diversas e novidades, tanto de jogabilidade quanto no enredo. E é de praxe que estes nomes sempre joguem as expectativas dos fãs da porradaria virtual nas alturas.
A última vez que isso aconteceu com as três séries lançando títulos inéditos foi em 2004, com Mortal Kombat Deception, Tekken 5 e Street Fighter III: 3rd Strike (para o PlayStation 2). Logo, toda a FGC — sigla para Fighting Game Community (comunidade dos jogos de luta) — tem motivos de sobra para se empolgar.
Além disso, ainda há para a janela entre este ano e o próximo: GranBlue Fantasy Versus: Rising; Project L, com história e personagens de League of Legends; Garou 2; o relançamento de The King of Fighters XIII para PS4 e Nintendo Switch, e as DLCs finais de The King of Fighters XV e Guilty Gear -Strive-.
Vale citar que SF6 será lançado antes de todos esses citados acima, já que alguns ainda nem têm uma data definida. Isto dá a ele uma certa vantagem para conquistar o público logo de cara, ou até mesmo corrigir erros que possam vir a aparecer nas primeiras semanas.
Aprendendo com o passado
Infelizmente, muita coisa que SFV fez de errado acabou respingando no seu sucessor assim que ele foi revelado. O seu principal pecado foi ter sido lançado incompleto, apenas com as opções de lutas 1v1 em rede ou local. Pois é, nada de Arcade ou História. Inclusive o modo História só foi disponibilizado quase seis meses depois. O Arcade, um clássico das séries de luta, apenas dois anos depois.
Além disso, a escolha do elenco inicial foi altamente questionável. Os estreantes Necalli, Laura, F.A.N.G e Rashid demoraram para cativar o público de início. A situação ficou ainda pior com diversos outros personagens clássicos, como Guile, Balrog e Juri sendo anunciados como um conteúdo extra.
SF6 resolveu mudar tudo logo de cara, inclusive dando um jeito de utilizar o algarismo romano e o arábico ao mesmo tempo, como se fosse um símbolo dessa transição. O elenco inicial terá 18 personagens, sendo 6 estreantes:
Ryu
Luke
Jamie
Chun-Li
Guile
Kimberly
Juri
Ken
E. Honda
Dhalsim
Blanka
Manon
Marisa
Lily
JP
Dee Jay
Cammy
Zangief
Luke, que foi o último personagem lançado para o jogo anterior, toma às vezes de garoto propaganda da franquia, como se fosse uma espécie de sucessor de Ryu no posto. Além disso, outros começaram a chamar atenção pela sua originalidade. Jaime, Marisa e Lily são os mais citados entre as caras novas, tanto pelo seu estilo único quanto pelos seus movimentos diferenciados.
Os veteranos também entraram na lista de renovações. Todos, sem exceção, ganharam trajes novos, mudanças na aparência e até temas inéditos. Quem segue a franquia desde o começo sabe quantas milhares de vezes eles eram embalados por remixes e rearranjos do seus primeiros hinos de mais de 30 anos atrás.
Um ponto de destaque é a variedade de modos de jogo. O World Tour nos permitirá criar um avatar que poderá trafegar livremente pelas ruas de Metro City, interagir com diversos personagens do jogo e até aprender seus movimentos. Ele funcionará como uma espécie de modo História com um protagonista único.
A única coisa que não foi esclarecida é qual seria o lugar de Street Fighter 6 em meio à cronologia que a série tentou estabelecer. Lembrando que a ordem “natural” da narrativa é a seguinte:
Street Fighter
Street Fighter Alpha
Street Fighter II
Street Fighter IV
Street Fighter V
Street Fighter III
Também podemos esperar o retorno do Arcade e dos diversos desafios de combos e lutas online. E no que diz respeito à conectividade, Street Fighter 6 promete ir além. O Battle Hub será um centro de interação entre os lutadores virtuais de todo o planeta. O avatar criado e treinado no World Tour poderá duelar com outras pessoas enquanto espera e até jogar algumas partidas de títulos clássicos da Capcom, que estarão disponíveis em máquinas de fliperama.
Porradaria inclusiva
Street Fighter 6 terá novas mecânicas, a exemplo do que o V-System foi para SFV. Teremos à disposição o Drive Impact e o Drive Parry, que relembram recursos já utilizados em outras entradas da franquia. O Drive Impact é similar ao Focus Attack, de SFIV, enquanto o Drive Parry é o sistema defensivo oriundo de SFIII, usado para repelir ataques em momentos precisos.
Entretanto, o que mais chamou a atenção, desde o anúncio, é que haverá três tipos de disposição dos controles: Clássico, Dinâmico e Moderno. O primeiro é nosso velho conhecido, com três níveis de intensidade para socos e chutes e a necessidade de inputs específicos para realizar golpes especiais e Critical Arts; o Dinâmico irá dar uma assistência ao jogador, baseado em sua distância em relação ao oponente para optar pelos melhores ataques.
Já o Moderno irá sintetizar a necessidade de comandos complexos, tornando possível a execução de golpes especiais e combos curtos pressionando apenas um botão determinadas vezes. Vale ressaltar que ao optar por esse padrão, causará menos dano geral do que quem optar pelo sistema clássico.
São muitas adições visando tornar o título agradável para novatos e veteranos. Para saber se essas e as outras novidades da franquia da Capcom realmente farão sucesso com o público, teremos que aguardar até o dia 2 de junho, que é a data de lançamento para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X/S e PC, via Steam.