A hemofilia é um distúrbio genético e hereditário, que afeta a coagulação do sangue. Quando um vaso sanguíneo se rompe, para evitar hemorragia, várias proteínas, chamadas de fatores de coagulação, são ativadas para formar coágulo e estancar o sangue. A pessoa com hemofilia apresenta baixa atividade do fator VIII (hemofilia A) ou fator IX (hemofilia B), por isso, essa doença é caracterizada pelo surgimento de hemorragias (sangramentos), que podem acontecer de forma espontâneas ou após um trauma (pancada, queda), em qualquer lugar do corpo, como na pele, dentro dos músculos e dentro das articulações (hemartrose). Dependendo da atividade dos fatores de coagulação, a hemofilia pode ser classificada como leve, moderada ou grave.
A hemartrose é uma das manifestações mais características e acomete, principalmente, os joelhos, cotovelos e tornozelos. Pode surgir no primeiro ano de vida da criança. Quando não é tratada de forma adequada, pode levar a degeneração articular, chamada de artropatia hemofílica, que tem como consequência dor, restrição da mobilidade articular, deformidades, diminuição da força muscular e até impotência funcional grave.
A atuação da Fisioterapia dentro da equipe que assiste pacientes com hemofilia é fundamental desde a infância, pois pode atuar tanto na prevenção, possibilitando a identificação precoce de quaisquer alterações passíveis de intervenção terapêutica, antes que evoluam para comprometimentos de maior extensão, como na reabilitação, realizando avaliação física e a elaboração de um plano de tratamento individualizado.
Os objetivos principais são aliviar a dor; auxiliar na reabsorção da hemorragia; atuar no controle do processo inflamatório; melhorar a força muscular; melhorar a mobilidade articular; estimular a atividade física, proporcionando condição física adequada; melhorar a qualidade de vida, reduzindo os períodos de imobilização; incentivar a prática de esportes adequados; prevenir e tratar as lesões e sequelas mediante a aplicação de métodos e técnicas específicos e utilização de dispositivos ortopédicos (andador, muleta), quando necessários.
Os pacientes com hemofilia, que são atendidos no setor de Fisioterapia da Casa Durval Paiva, têm uma rotina semanal de exercícios para manter ou recuperar a mobilidade articular e força muscular. São realizados alongamentos, exercícios de condicionamento e fortalecimento muscular. Além disso, são continuamente estimulados a buscar autonomia e independência para realização das atividades de vida diária, como os cuidados pessoais, locomoção e orientados quanto à prática de brincadeiras e exercícios físicos que não ofereçam risco, pois a criança e o adolescente não devem ter uma vida de restrição, mas sim de liberdade, diante do que não vai causar lesão ou sangramento, desfrutando de qualidade de vida.
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Fonte: Assessoria de Comunicação