Ministro atende apelo de Fátima para leilão de linhas de transmissão de energia

Atendendo a um apelo feito pela governadora Fátima Bezerra durante reunião do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento do Nordeste, nesta sexta-feira (05), na capital cearense, o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, assumiu o compromisso de trabalhar para antecipar o leilão de novas linhas de transmissão de energia, contemplando assim o Rio Grande do Norte. A expansão das linhas de transmissão foi apontada pela governadora como estratégica e essencial para consolidar os novos projetos de produção de energia eólica e fotovoltaica no RN.

No pronunciamento feito na reunião dos governadores, Fátima Bezerra lembrou que o Rio Grande do Norte captou no ano passado investimentos no valor de R$ 31 bilhões que dependem dos ‘linhões’ para serem viabilizados. “Sem linha de transmissão, os projetos do Rio Grande do Norte, da Paraíba, do Ceará, enfim, de todo o Nordeste, vão ficar travados. Por isso, a reivindicação que estamos fazendo ao presidente Lula no sentido de que seja realizado o leilão para expansão das linhas de transmissão para que possamos ampliar os investimentos nessa área. No Rio Grande do Norte, estamos planejando sair de seis para 12 gigawatts de produção de energias renováveis nos próximos três anos, desde que haja a expansão das linhas de transmissão”, enfatizou Fátima, cuja posição foi endossada pelos demais governadores.

Pelo cronograma do Ministério das Minas e Energia, o leilão que atende aos interesses do Rio Grande do Norte seria realizado em 2024, mas deverá ser antecipado para o segundo semestre deste ano. O ministro anunciou investimentos no valor de R$ 56 bilhões para interligação do Nordeste ao Sudeste.

“Os governadores do Consórcio Nordeste foram unânimes em defender a antecipação do último leilão, previsto para o ano que vem. Nós vamos trabalhar fortemente para que todos os estados sejam contemplados com estes investimentos. Esses R$ 56 bilhões darão condição de os investimentos serem mais céleres, atraindo empresas internacionais que estão interessadas nas potencialidades eólica e solar que o Nordeste oferece ao Brasil e ao mundo. Que aqui possa ser realmente o grande celeiro das energias limpas e renováveis do Brasil”, disse Alexandre Silveira.

“Nós, governadores, ficamos satisfeitos com a confirmação dos leilões, um em junho e outro em outubro deste ano, e outro programado para 2024. Consideramos fundamental e ficamos ainda de dialogar com o ministro para avançar nos temas dos leilões. Vamos discutir as questões estruturais do sistema energético brasileiro”, disse o governador do Ceará, Elmano de Freitas, anfitrião do encontro.

Presidente do Consórcio Nordeste, o governador da Paraíba, João Azevêdo, pediu a prorrogação, por 36 meses, das outorgas das empresas que apresentaram projetos para conciliar o início das operações dos empreendimentos com a entrada da operação das linhas de transmissão que serão leiloadas e com previsão de entrega entre 2028 e 2030.

A linha de transmissão do terceiro lote do leilão, que liga o Nordeste ao Sudeste, terá 6 mil quilômetros, vai custar R$ 19 bilhões e gerar cerca de 32 mil empregos diretos durante a construção, cujo prazo máximo de conclusão é de 66 meses.

 

Hidrogênio Verde

No pronunciamento na reunião do Consórcio Nordeste, a governadora Fátima Bezerra ressaltou que além da limitação provocada pela falta de estrutura para escoar a produção de energia, há um outro obstáculo que precisa ser enfrentado com urgência. Trata-se do hidrogênio verde, considerado o combustível do futuro. “O Brasil, tendo o Nordeste como protagonista, não pode perder essa oportunidade. O Brasil está vocacionado – e o Nordeste se apresenta como principal celeiro nesse contexto – a exercer um papel de liderança mundial nessa agenda contemporânea.”

Fátima, que participou das conferências do clima na Escócia e no Egito, considera irreversível a substituição das energias de origem fóssil pelas produzidas por fontes limpas. “Isso tem data para acontecer e não podemos perder essa oportunidade, que significa um novo ciclo de desenvolvimento sustentável do Nordeste.

Imagens: Divulgação/Assecom-CE

Fonte: Assecom/RN

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