Às vezes as dores ocasionadas pela vida são tão intensas e relevantes que faz algumas pessoas se fecharem para o presente e excluem o futuro, criando um círculo limitado de relações, permeado de dor, culpa e ressentimento, descontando suas angústias em compulsões horrendas, levando a um final fatal.
Assim sucede a rotina de Charlie, um professor de linguística, que após sofrimentos árduos de uma vida, se limitou ao isolamento, culpa e pena, enclausurado em uma situação de dor e angústia, sem aceitar ajuda, buscando apenas o perdão pelos erros cometidos, enquanto enfrenta sua batalha compulsiva alimentar contra suas frustrações e conflitos pessoais, relacionando apenas com sua amiga e enfermeira Liz, que até tenta ajudá-lo, mas Charlie não aceita, e prefere se afundar diante as divergências carregadas em seu passado triste e penoso.
Além do mais, ainda há a relação com sua filha Ellie, que ele abandonou quando ela tinha oito anos, para seguir seus instintos e seguir atrás de uma nova paixão, que partiu e deixou sua vida em caos e inquietação, e hoje, Charlie tenta uma reconciliação, sob sentimentos reclusos e magoados, envolto de uma personalidade introspectiva e sombria, mas que por trás disso, Ellie ainda pode mostrar uma conexão intrínseca na relação parental.
O longa dramático dirigido por Darren Aronofsky e escrito por Samuel D. Hunter, The Whale, é baseado em sua peça de mesmo nome, e mostra com plena intensidade as relações corrompidas e sofrimentos latentes, transitado pelas angústias e tristezas na vida de um homem melancólico e solitário, empenhado a perdoar à todos por seus erros acometidos ao longo de sua vida e os impasses pungentes obtidos ao longo de sua existência.
O elenco ainda traz Sadie Sink (Ellie), Hong Chau (Liz), Samantha Morton (Mary), Ty Simpkins (Thomas) e Sathya Sridharan, que embalam e conectam imensamente nesse drama comovente e substancial, levando o espectador a uma reflexão inerente diante as dificuldades e sentimentos a serem expressados.
Fonte: O Barquinho Cultural