O número de óbitos cresceu 8,72% em 2021 no Rio Grande do Norte, chegando a 25.501 registros no total, 2.045 a mais que em 2020. Mas esse número é menor do que o crescimento registrado entre 2019/2020 (11,69%), quando a diferença foi de 2.455 falecimentos de um ano para o outro. Na contramão da média nacional, o ano de 2020 foi mais crítico para os potiguares do que 2021, quando se registrou crescimento de 18% dos óbitos no país. Os dados são das Estatísticas do Registro Civil, divulgados nesta quinta-feira, 16, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Chama atenção o fato de, no ano passado, as causas naturais passarem a representar 91,8% das mortes no RN segundo a sua natureza. De acordo com o demógrafo Ricardo Ojima, chefe do Departamento de Demografia e Ciências Atuariais (DDCA/UFRN), de certo, o aumento das causas naturais de mortes foi intensificado pela covid-19, mas não é só isso que explica. “A mortalidade por causas naturais aumenta em termos absolutos e relativos por conta do processo de envelhecimento da população”, explica.
Outra causa que não se pode descartar para explicar essa variação é a redução significativa no número de mortes violentas que caíram 34,27% desde 2017 em termos absolutos e na sua participação. Em 2017, foram registrados 2.664 óbitos de natureza violenta e esse número vem caindo gradativamente até 2021, quando se registrou 1.751 mortes desse tipo.
Também se registra redução nos óbitos nas faixas etárias de 1 a 39 anos, com destaques para as idades entre 15 e 19 anos, que cai de 2,61% (2017) para 0,87% (2021), e de 20 a 24 anos, que sai de 3,55%(2017) para 1,77% (2021). Já nos grupos de 40 a 69 anos, o número de óbitos tem crescido ao longo da série histórica, com maior peso nos grupos de 55 a 59 anos (de 5,52% para 7,43%) e de 60 a 64 anos (de 5,98% para 7,80%).
Natalidade em baixa
Em 2021, 44.194 registros de nascimento foram efetuados em cartórios do Rio Grande do Norte, um aumento de 0,6% em relação ao ano anterior. Mas, de acordo com a série histórica, os nascimentos caíram 6,5% no estado entre os anos de 2017 e 2021. Segundo Ricardo Ojima, a natalidade vem caindo sistematicamente, mas isso é resultado de um conjunto de fatores. Um deles é o adiamento da maternidade.
O demógrafo mostra que em 2017 as mães tinham entre 20 e 24 e em 2021 o pico já sobe para a faixa etária entre 25 e 29 anos. “Em 2017, 33,2% das crianças nasceram de mães com mais de 30 anos. Em 2021, essa participação passou para 37,2%. São mudanças sutis, mas isso ocorreu em um intervalo de cinco anos”, reforça.
Homens e mulheres
Um dado interessante neste levantamento é o número de nascimentos por sexo. Apesar de ter pouca diferença, nascem mais homens que mulheres todos os anos. Foram 118.355 homens contra 112.691 mulheres, uma diferença de 5,03%, ainda assim, a população potiguar é 51,4% feminina.
O que gera essa diferença é o número de mortes por gênero. Segundo Ojima, no ano passado morreram 124 homens para cada 100 mulheres, questão que compensa, em muito, o fato de que nascem mais meninos do que meninas. “Nasceram 104,5 meninos para cada 100 meninas no RN. E essa é a regra, nascem mais meninos do que meninos, mas no conjunto da população brasileira há mais mulheres do que homens. Ou seja, embora nasçam mais meninos do que meninas, ao longo da vida os homens morrem mais que as mulheres em praticamente todas as idades”, completa.
Imagem: Grupo Vila
Fonte: Agecom/UFRN