A enfermeira Aline Bina, irmã do enfermeiro que participa do BBB23, Cezar Black, disse que o depoimento do irmão em defesa da enfermagem significa o sentimento relacionado à visão da importância da categoria dentro de todas as instituições de saúde. Segundo ela, a enfermagem é crucial para que a assistência à saúde aconteça. Aline conta que ao assistir a conversa do irmão visivelmente emocionado, sentiu muito orgulho dele. “Sabemos o nosso valor profissional e percebi a dor que ele sentiu ao ouvir algo que desvaloriza a nossa categoria profissional”, avalia.
Aline Bina, que trabalha no Hospital Geral do Estado da Bahia, conta que foi uma figura inspiradora para Cezar Black escolher estudar enfermagem. “Quanto a ser inspiração para o meu irmão, posso dizer que sim, pois sempre demonstrei o carinho e respeito pela profissão”, afirma. Quanto à repercussão da cena em que Cezar Black mostra o valor da carreira junto aos colegas de profissão, Aline Bina disse: “Percebi muita emoção em meus colegas ao verem o meu irmão enfermeiro falando do nosso valor profissional. Ele elevou a representatividade da nossa categoria para milhões de pessoas”, opina.
O presidente do movimento nacional Gigantes da Enfermagem, Carlos Kafezinho, criticou a fala do médico e fisioterapeuta Fred Nicácio, que participa do BBB23. Durante um bate-papo com outros integrantes do reality show, Nicásio revelou uma passagem que ele avaliou como racista por ocasião que atuava como fisioterapeuta e estudava medicina. Segundo Nicácio, ele teria visto um médico fazendo o procedimento de entubar um paciente e teria dito: “eu queria fazer isso aí”. Uma Enfermeira branca teria olhado para ele falado: “sai pra lá, menino. Isso é só para médico”. Em seguida, Fred disse: “sete anos depois voltei e ela era minha enfermeira.
Para Carlos Kafezinho, Nicácio foi infeliz ao querer demonstrar que a enfermagem é subalterna da medicina. ” Não existe essa hierarquia. O que existe é uma constante tentativa de diminuir a importância dos profissionais de enfermagem. Nós, Gigantes da Enfermagem, sempre estaremos em busca da valorização da categoria. Não aceitamos que quaisquer profissionais tenham a intenção e o objetivo de diminuir a importância dos profissionais de enfermagem. A pandemia, esse mal que ainda não terminou mostrou o quanto somos fundamentais no tratamento dos pacientes”, afirma Kafezinho.
Quem não gostou da fala do Nicácio foi o também BBB23, o enfermeiro Cezar Black. Ele, emocionado, criticou a atitude do colega de reality em conversa com a Domitila Barros. “Para a gente, é super ofensivo isso, para a nossa classe. É uma coisa que a gente briga todos os dias. Gente, você nasceu hoje, o médico tirou da barriga da sua mãe, ele entrega para a gente. A enfermagem vai estar no dia em que você nasce e no dia que você morre. Quem prepara o seu corpo é a enfermagem. Nossa classe não tem reconhecimento”, disse, emocionado, Cezar Black.
A enfermeira Cristina Lima,pós-graduada em terapia intensiva, oncologia, estética e Libras, disse que Fred Nicácio foi infeliz em seu comentário. “Entendo a luta que ele deve travar diariamente. O racismo é real e precisamos combatê-lo, mas não é diminuindo uma classe que já apanha tanto e é tão desvalorizada que enfrenta o problema. Fred cometeu alguns equívocos. Um deles é dizer que só médico faz intubação, porque existe a intubação endotraqueal que é feita por enfermeiro em caso de emergência e morte iminente”, explica.
Segundo o presidente Kafezinho, o posicionamento do enfermeiro Ceza Black foi de extrema relevância. “A emoção e a indignação do Cezar Black chegou até nós enfermeiros de forma contundente, porque sabemos o que ele sentiu ao ouvir a fala de Fred Nicácio. Sua reação mostrou para o Brasil inteiro o quanto a enfermagem sofre com o descaso de profissionais e autoridades políticas. A categoria está muito mexida com tudo o que aconteceu. O enfermeiro Cezar Black, que atua na rede pública de Brasília, reagiu imediatamente ao comentário equivocado do médico e fisioterapeuta Fred Nicácio. Ele representa o posicionamento de mais de dois milhões de profissionais de enfermagem do Brasil”, afirma Kafezinho.
Cristina Lima reforça que a enfermagem não é auxiliar do médico. “A enfermagem é ciência. Estudamos cinco anos de graduação, fazemos pós-graduações e nem assim somos respeitados, somos uma classe vista como ajudantes de médico, não podemos dar diagnóstico, mas são das nossas anotações e evoluções de enfermagem que o médico consegue seguir um tratamento adequado. A luta da enfermagem é diária, apanhamos, deixamos de estar com nossas famílias em datas comemorativas para estar cuidando da das pessoas. O médico prescreve a medicação, mas quem administra é a enfermagem, quem diz para o médico se o paciente está respondendo bem é a enfermagem”, esclarece Lima.
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Fonte: Assessoria de Comunicação