Manifestantes voltaram a acampar, na tarde desta segunda-feira (02), em frente ao 16º Batalhão de Infantaria Motorizado (16 RI), em Natal. As informações são do Blog Juliana Celli e confirmadas pelo AGORA RN.
A retomada do protesto ocorre um dia depois de a mobilização ter sido interrompida neste domingo 1º, pela primeira vez em dois meses, logo após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra um grupo de manifestantes em frente ao 16 RI convocando bolsonaristas a permanecerem com o acampamento, mesmo após a posse de Lula, mas em um formato diferente. Nas imagens, um homem afirma que o ato vai permanecer por tempo indeterminado, mas não mais de forma ininterrupta. A ideia é que o protesto seja diário, das 17h às 23h.
“Nós vamos estar aqui todos os dias na nossa luta, continuando a mesma guerra, de 17h às 23h. Venha o horário que você puder vir. Traga sua água, seu banquinho. Se estiver chovendo, traga seu guarda-chuva, sua capa. Mas não deixe de vir. Vamos aguardar todos vocês que estiveram aqui durante esses 60 dias. Quero todos aqui das 17h às 23h. Vamos estar juntos. Não desista. O Brasil é nosso. O Brasil já venceu. Nós já vencemos”, afirma um homem, não identificado.
Atos são da democracia, diz novo ministro da Defesa ao tomar posse
O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, tomou posse nesta segunda-feira 2 e afirmou que as manifestações em frente aos quartéis-generais são “da democracia” e devem perder apoio aos poucos, sem repressão.
“Na hora que o ex-presidente [Jair Bolsonaro] entregou o seu cargo, saiu [do país], e o [ex-vice-presidente Hamilton] Mourão fez o pronunciamento e pediu que as pessoas voltassem aos seus lares. Aquelas manifestações no acampamento, e eu digo com muita autoridade porque tenho familiares e amigos lá, é uma manifestação da democracia”, disse a jornalistas.
“Eu acho que aquilo vai esvair e chegar até um ponto que todos queremos.”
Conhecido pelo perfil discreto e articulador, Múcio foi escolhido pelo presidente Lula (PT) para o cargo com o objetivo de desfazer crises e conduzir a intrincada transição da pasta.
Ele disse ainda que, na pasta, quer manter as tradições militares. Nesse contexto, conta, escolheu os comandantes das Forças Armadas preservando o critério de antiguidade, por meio de uma rápida pesquisa na internet.
“Quando Lula me chamou, ele disse: ‘Olha, você escolhe os comandantes e depois vamos conversar sobre isso’. Depois do almoço, ele me telefonou e eu disse que já havia convidado todos os comandantes”, disse.
Afirmou ainda que não conhecia “nenhum dos comandantes”. “Fui na internet, vi quem era o mais antigo e eles viraram comandantes. Quem era o segundo virou o primeiro, o terceiro virou o segundo”, completou.
Imagem: Anderson Régis
Fonte: Agora RN