Um gerente de banco e mais cinco pessoas serão indiciadas por envolvimento em um furto de aproximadamente R$ 1,3 milhão que aconteceu em janeiro deste ano em uma agência bancária de Natal, onde ele trabalhava. Na ocasião, o homem afirmou que tinha sido rendido e agredido pelo assaltante. O gerente foi preso nesta quarta-feira 14.
A prisão foi confirmada no início da tarde pela Delegacia Especializada em Furtos e Roubos (Defur) da Polícia Civil. Segundo a delegada Daniella Filgueira, o roubo à agência bancária foi encenado pelo grupo e há provas suficientes para concluir o inquérito. “Quando eu e minha equipe assistimos as imagens, olhamos um para cara do outro e pensamos: isso está meio encenado. O espancamento não condizia com as imagens que a gente estava analisando”, disse a delegada, em entrevista ao Jornal da Cidade, da 94FM.
De acordo com ela, o suspeito tirou proveito da rotina do banco e do colega de trabalho. O gerente ainda teria dito que não poderia prestar depoimentos por estar em “crise” pelo espancamento.
Além da encenação, outro fato que trouxe suspeitas foi a conduta do gerente, que não seguiu protocolos de segurança e nem acionou o botão de pânico no momento do crime. “Uma porta que é para permanecer fechada, ele vai e abre essa porta. E não só isso, ele vai dentro do cofre e deixa a porta do aberta”, afirmou a delegada.
“Ele era um gerente com 22 anos de banco e já tinha esse costume de subtrair. Ele começou a tirar dinheiro e, na ilusão de que cometeria o crime perfeito, foi na tentativa”, contou a delegada. “Ele tinha dívidas e começou a desviar dinheiro da agência e ouro de cofres, inclusive, as embalagens do ouro foram encontradas na casa dele”. Ainda conforme a delegada, o suspeito fez viagens depois do furto, após ter se afastado do banco insinuando estar com o psicológico abalado pelo espancamento.
O crime aconteceu no dia 24 de janeiro, por volta das 15h30, em uma agência do Banco do Brasil localizada na Rua Jundiaí, no bairro do Tirol. No momento do suposto assalto, havia 19 pessoas na agência, sendo 15 bancários, 2 vigilantes e 2 auxiliares de serviços gerais. Em novembro, em uma operação denominada “Poker Face”, a Defur cumpriu três mandados de busca e apreensão relacionados ao roubo. Durante as diligências, a equipe policial chegou até um homem de 22 anos, que, em depoimento, confessou a participação no crime.
Segundo a polícia, o homem que entrou na agência recebeu R$ 10 mil para praticar o roubo. Além do gerente, uma amiga dele também foi presa. Ela é ex-sogra do suspeito detido em novembro. Ele seria a pessoa que entraria na agência para fazer o assalto. No entanto, as investigações apontam que ele teve medo e acionou um amigo, que, por sua vez, chamou um terceiro para entrar na agência. A filha da amiga do gerente também esteve envolvida.
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Fonte: Agora RN