A Luz Do Demônio traz um terror simples e dinâmico

O gênero terror sobrevive ao tempo de forma bastante dependente das fórmulas já conhecidas do público, em A Luz do Demônio não é diferente, quando opta por sustos rápidos e o uso constante de movimentos corporais para gerar surpresa. O filme é dirigido por Daniel Stamm e produzido pela Gold Circle Films, estrelado por Jacqueline Byers, Colin Salmon, Christian Navarro, Lisa Palfrey, Nicholas Ralph, Virginia Madsen e Ben Cross, traz em sua história uma freira enfrentando um mal que vai despertar traumas do passado.

No primeiro momento o filme é convidativo por ambientar a trama dentro de uma escola de padres, para ensiná-los a lidar da melhor maneira possível com possessões demoníacas. Isso seria o bastante para incrementar diversos casos de possessão, mas o filme foca apenas em um caso de correlação com a protagonista do filme.

Como dito acima, o envolvimento da trama até parece cantivante por trazer um núcleo funcional para dentro de uma história previamente estabelecida. Isso porque o primeiro ato e o segundo não se distancia da clássica forma de apresentação dos fatos, a narrativa vai mostrar o caso em sua origem e o primeiro contato com a protagonista, depois aparece novamente na vida dela quando adulta, para enfim, se mostrar interessado e tentar possuí-la sem nenhum motivo especial.

É difícil desligar o cérebro e ignorar toda a sequência de conveniência de roteiro colocada em A Luz Do Demônio, assim como a direção das cenas em mostrar a possessão e fazer o demônio se apresentar fazendo caras e bocas enquanto se contorce na frente dos padres que horrorizados não fazem dana. Ainda que tente convencer pela forma que a menina consegue passar verdade na interpretação, falta originalidade para trazer algum sentimento.

Já em relação aos aspectos técnicos como fotografia, o filme traz uma paleta de cores mais densa com foco em cores mais alaranjadas e vermelhas, com planos fechados nas expressões dos atores, a maquiagem sempre destaque desse gênero, aqui fica aquém, nada de impressionante ou que traga uma verdade em relação a trama que o filme se propôs, a trilha está alinhada conforme vai desenrolando a história.

A Luz Do Demônio não inova, mas entretém quem gosta de filme com história de possessão, quem gosta de levar sustos de repentes em sequências previamente previsíveis, ou para quem curte aquele plot twist. Ao que tudo indica, se tudo for bem na bilheteria, é provável que o longa seja uma franquia de terror, já que o final deixa um gancho para uma continuação.

É chato afirmar o desgaste desse segmento do gênero terror. Para critério de comparação, o clássico, O Exorcista de 1973, consegue trazer um sentimento real de perigo, parece querer brincar com o profano enquanto demonstra as facetas do demônio sob posse do pequeno corpo da menina. Ele é um clássico pela qual nenhum outro conseguiu chegar nem perto de repetir a receita do sucesso. As tentativas de A Luz do Demônio em trazer um sentimento de perigo não funciona para gerar importância de preocupação com a protagonista.

No fim, o filme é carente por inovação e entrega uma receita de bolo bastante duvidosa. Àqueles que procuram um terror considerado mamão com açúcar, a história é uma boa aposta, quem procurar por terror forte e emblemático vai sentir uma trama arrastada.

Fonte: O Barquinho Cultural

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