Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o número esperado de casos novos de câncer em crianças e adolescentes no Brasil, em 2022, será de 8.460. Destes, aproximadamente, 26% acometerão o sistema nervoso central (SNC), correspondendo ao grupo de tumores sólidos mais frequentes em crianças, sendo mais incidente na faixa etária entre um e quatro anos de idade.
O câncer infantojuvenil é diferente do câncer no adulto, tanto nas características do tumor, como no comportamento clínico. Nos últimos anos, houve um progresso significativo no tratamento do câncer na infância e na adolescência e, atualmente, cerca de 80% das crianças e adolescentes acometidos pela doença podem ser curados, quando o diagnóstico é precoce e são tratados em hospitais de referência (centros especializados).
O tratamento dos tumores de SNC em crianças é baseado em uma combinação de cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Em alguns casos, a cirurgia é o primeiro passo e a escolha do tratamento pós-operatório vai depender do tipo de tumor e sua sensibilidade à quimioterapia e à radioterapia. Apesar dos avanços no diagnóstico e tratamento, os pacientes podem ter sequelas físicas, cognitivas, neurológicas e endócrinas.
O paciente pode apresentar, como primeiros sinais e sintomas, dor de cabeça, vômito, dificuldade para andar, movimentos descoordenados e diminuição de força muscular. Por isso, a atuação da fisioterapia deve iniciar logo após o diagnóstico, atuando no alívio dos sintomas e, também, na prevenção de sequelas decorrentes do tratamento. O fisioterapeuta deve ter como objetivo manter o movimento articular e a força muscular, bem como, manter ou melhorar o equilíbrio e a coordenação motora.
Para isso, são realizados exercícios de mobilidade, alongamento e exercícios resistidos, para melhora da força muscular e, também, melhora do equilíbrio e da coordenação motora. Vários brinquedos e brincadeiras são utilizados na reabilitação. Tornar o ambiente divertido e atrativo é importante para estimular a participação e colaboração da criança ao tratamento.
A assistência ao paciente com tumor de SNC deve ser integral, com equipe multidisciplinar, não só durante as fases do tratamento oncológico, mas após esse período, se houver alguma deficiência ou limitação para realizar atividades de forma independente, como é realizado na Casa Durval Paiva. A equipe deve ter ações que promovam qualidade de vida e participação social, no contexto de vida do paciente e de sua família.
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Fonte: Assessoria de Comunicação/CDP