O trabalho pode ressignificar. Seja a partir das relações interpessoais, novas experiências ou conhecimentos, o ambiente profissional é capaz de transformar visões de mundo e mostrar outro sentido para diversos aspectos da vida. Esse potencial inspira o Mês do Servidor 2022 da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), que aborda o tema Ressignificando o olhar para o corpo, a mente, o meio ambiente e o trabalho. A iniciativa celebra o Dia do Servidor Público, comemorado em 28 de outubro, com uma programação voltada a despertar ressignificações que promovam mudanças para melhor.
Os eixos temáticos – corpo, mente, meio ambiente e trabalho – são explorados em diferentes ações ao longo do mês, realizadas em todos os campi da Universidade. A primeira acontece a partir desta terça-feira, 4, com o lançamento das campanhas de arrecadação de lenços e cabelos, que serão doados para a Liga Norteriograndense contra o Câncer; e de potes de vidro com tampa de plástico para leite materno, destinados à Maternidade Escola Januário Cicco. No mesmo dia, a Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (Progesp) lança vídeos de sensibilização sobre o Outubro Rosa e promoção à saúde.
Na quarta-feira, 5, a UFRN promove a abertura oficial da 11ª edição do Mês do Servidor, às 9h, no auditório da Reitoria. O momento inclui palestra sobre o tema central da iniciativa, ministrada pela neurocientista Geissy Lainny Araújo, seguida de uma feijoada com roda de samba na Praça Servidor José Wilson de Souza. A programação continua no decorrer de outubro, composta por palestras, workshops, oficinas, rodas de conversa e outras ações, entre elas o PICs na Praça, o projeto Harmonias Sonoras, as Olimpíadas dos Servidores, lançamento de livro e da cartilha sobre assédio moral e sexual. O encerramento será no dia 27, na Reitoria da UFRN, onde haverá homenagem aos servidores aposentados, coquetel e apresentação do cantor Isaque Galvão.
De acordo com a pró-reitora de Gestão de Pessoas da UFRN, Mirian Dantas dos Santos, o Mês do Servidor reconhece e registra todo o empenho da comunidade universitária. “Essa edição tem um significado especial, pois retomamos as atividades presenciais após dois anos de programação remota. O tema foi muito bem escolhido pela equipe organizadora, traz um olhar mais holístico para que possamos ressignificar sobre várias perspectivas. Tudo isso tem um significado maior de gratidão por estarmos de volta presencialmente”, conclui.
Do ponto de vista pessoal, Mirian Dantas se diz apaixonada pela UFRN e assegura que a instituição provocou nela muitas ressignificações, inclusive em sua carreira. Antes de ingressar como servidora, acreditava que faria uma breve passagem pela Universidade até encontrar outro emprego, mas o trabalho transformou o seu olhar sobre o serviço público que a fez permanecer e ter orgulho do seu ofício, desempenhado há mais de 30 anos.
A pró-reitora também ressignificou a visão sobre a gestão de pessoas e sua importância para o mundo do trabalho, que vive em constante mudança. A próxima novidade nesse sentido será a implantação do Programa de Gestão e Desempenho (PGD), que estabelece outras modalidades para execução das atividades na UFRN e fará com que os servidores e a instituição passem, mais uma vez, por um processo de ressignificação.
Cada história, um significado
Falar sobre a relação com a UFRN gera respostas únicas de cada servidor, que possui uma história singular com o trabalho e atribui significados distintos ao papel da Universidade em sua trajetória. Para a técnica de laboratório do Instituto de Química, Aline Araújo, os projetos de qualidade de vida da instituição têm importância muito além do âmbito profissional, visto que, durante a pandemia, uma oficina on-line de crochê foi o ponto de partida para superar o luto pela perda da mãe.
“Eu aprendi o crochê em 2014, com a minha mãe, e durante a pandemia nós fomos morar todos juntos. Tivemos covid e ela faleceu, foi uma situação muito ruim. O luto é uma escuridão. Após isso, os projetos do Viver em Harmonia começaram de forma on-line, incluindo o crochê. Eu não queria fazer, mas minhas amigas me incentivaram, e fui voltando às raízes. A UFRN me deu a mão para ressignificar o luto, eu saí desse momento com apoio do crochê, do Viver em Harmonia e da minha mãe. Foi um conjunto que me fez ressignificar todos esses sentimentos”, declara a servidora.
Colega de turma de Aline, a assistente em administração do Centro de Ciências Exatas e da Terra (CCET), Isabelle Azevedo, compartilha a surpresa de ter descoberto um talento antes inexplorado. A servidora, que se diz emocionada com o crochê, hoje em dia vende produtos e ministra aulas para transferir a outras pessoas o aprendizado que ressignificou o seu olhar sobre a arte e si mesma. “Eu queria passar o sentimento de satisfação em fazer o trabalho manual e depois ver tudo pronto. Para mim, é uma coisa mágica, que me encantou, e nunca imaginei que teria uma relação tão boa com o crochê. Sou muito grata à UFRN, que enxerga potenciais que nós mesmos não percebemos”.
Para a assistente em administração do Centro de Tecnologia (CT), Jéssyca Gonçalves, o próprio ambiente de trabalho foi responsável por modificar percepções sobre o universo profissional e o relacionamento com o outro. O acolhimento dos colegas e a convivência com pessoas diferentes são apontados como principais fatores que proporcionaram aprendizados e novas amizades para além do trabalho, razões pelas quais a servidora sente bem-estar e motivação em fazer parte da UFRN. “Eu quero continuar aqui, dificilmente seria tão feliz trabalhando em outro lugar, pois não dá para se copiar o clima organizacional. Por isso, eu me imagino aqui no futuro, continuando a evoluir e aproveitando as oportunidades para contribuir da melhor forma para a instituição”, afirma.
No caso do professor Rucker Bezerra, da Escola de Música da UFRN (EMUFRN), o trabalho suscitou a preocupação com a saúde mental dos estudantes, a partir das dificuldades emocionais presenciadas, que estimularam o docente a se aprofundar mais no assunto. Como consequência, ele voltou à graduação para cursar Psicologia. “Estou no quarto período e começo a ressignificar o olhar interno, para o aluno e para a vida”, ressalta. Avanços na vida acadêmica também são destacados pela secretária executiva Nina Bakker, que atribui o crescimento profissional às oportunidades oferecidas pela UFRN, onde cursou especialização e mestrado profissional após ingressar como servidora.
Paralelamente, o cuidado com a saúde recebeu maior atenção, a partir das ações de qualidade de vida existentes na Universidade. Nina Bakker é aluna da turma de Zumba, dança aeróbica que mudou a sua relação com a atividade física e se tornou essencial em meio à rotina de trabalho. “Não consigo me ver mais sem a Zumba, uma ótima opção para aqueles que querem fugir de uma atividade monótona e sedentária. Além de nos manter ativas e saudáveis, é um momento de grande confraternização semanal com as colegas de turma”, salienta. De acordo com a servidora, realização é a palavra que resume como a UFRN ajuda a ressignificar o olhar sobre a vida.
Essas e outras histórias motivam a instituição a promover mais transformações para a comunidade universitária, por meio da programação do Mês do Servidor 2022. A programação completa está disponível aqui.
Fonte: Agecom/UFRN