Do aprendizado lúdico ao atletismo

Passagem pode ser pequena em seu território, mas agrega grandes talentos no esporte. Ao final da rua João Ferreira de Lima, no pequeno município do Agreste Potiguar, a Escola Municipal Jarbas Passarinho participa da formação de 30 estudantes que integram equipes em modalidades como atletismo, futebol e futsal. Nesse espaço que vibra com a energia de alunos que vão desde o 1º ano dos anos iniciais ao Ensino de Jovens e Adultos (EJA), o Trilhas Potiguares 2022 chegou para fortalecer, entre outros aspectos, o olhar sobre o esporte já latente na cidade.

Na tarde desta segunda-feira, 1º de agosto, as atividades do programa foram marcadas pela empolgação, os olhares curiosos e o engajamento de uma turma de 25  alunos do 4º ano da escola. A modalidade escolhida para trabalhar com os pequenos foi o Trickline, uma das subdivisões do Slackline, que busca estimular o equilíbrio e a concentração por meio de caminhadas na fita com manobras estáticas. Tiago, um dos estudantes que ministraram a atividade, cursa o 8º período de Educação Física e explica que um dos fatores que influenciaram na escolha do esporte, além  dos benefícios cognitivos, foi seu baixo risco para a segurança dos pequenos.

Segundo ele, apesar da falta de infraestrutura da escola, é possível se adaptar e concretizar ações como o slackline, seja em espaços abertos ou mais fechados. E, de fato, não faltaram esforços para alegrar a tarde dos pequenos. Uma vez iniciada a atividade na fita, os alunos se organizaram em uma fila ansiosos pelo seu momento na brincadeira. Perguntas como “Essa brincadeira é de quê?” e  “agora é minha vez?” também não faltaram. Verônica Barreto, professora da turma, percebe no trabalho ligado aos esportes  a oportunidade de agregar conhecimentos para além da sala de aula.  “Como é uma turma em processo de alfabetização, essa parte lúdica é de suma importância para a aprendizagem deles. Quando você leva algo lúdico, a aprendizagem é mais significativa”, reforça.

Alunos também mexeram na terra – Foto: Cícero Oliveira – Agecom/UFRN

As oportunidades geradas pela chegada do Trilhas Potiguares também são contempladas pela visão de Jailza Suécia Silva de Lima, diretora da Escola Municipal Jarbas Passarinho, para quem a expectativa é de que o programa some novos aprendizados ao corpo estudantil. “Eles (alunos) estão com esse desejo de saber realmente o que o Trilhas Potiguares tem para oferecer. Estão bem ansiosos com a participação da equipe aqui na escola”, relata.

Assim como a pedagoga Verônica Barreto, o professor João Costa, coordenador esportivo da instituição, percebe inúmeros benefícios acompanhados pelo esporte. Ele argumenta que uma vez participando de modalidades  esportivas, os estudantes se tornam mais dedicados, responsáveis, melhoram a concentração e criam hábitos mais saudáveis como dormir cedo. Atualmente, 12 alunos estão nos Jogos Escolares do Rio Grande do Norte (Jerns) e oito atletas de sua equipe disputam o Jerninhos, ambos os grupos no futsal, além de três alunos na modalidade de atletismo que estão disputando os Jogos da Juventude Escolar do Rio Grande do Norte (Juverns).

Dentre o grupo de estudantes que disputam o Jerns, está Ítalo Emanuel. Aos 15 anos, o estudante do 8º ano da Jarbas Passarinho explica que começou a praticar futsal em 2020 e notou que essa prática trouxe algumas mudanças em sua vida, tais como mais agilidade e eficiência. O jovem atleta, que se inspira no jogador Neymar, também pratica outras modalidades esportivas e lança olhares para seu futuro. “Quero continuar no esporte. Gosto muito de futsal e também pratico vôlei e futebol. Mais para frente, acho que vou seguir como atleta”, relata.

Terezinha Silvestre de Lima, natural de Passagem, atua como coordenadora administrativa na Jarbas Passarinho e defende que cada aluno que passa no Trilhas Potiguares deixa seu legado. Uma vez imersos no município, conta, são muitos os aprendizados somados à comunidade. Na edição 2022, participam 13 alunos distribuídos em cursos como Pedagogia, Teatro e Educação Física, além de duas coordenadoras. Fora do campo esportivo, as ações trazem foco na capacitação de profissionais e meio ambiente.

Fonte: Agecom/UFRN

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