Projeto estimula a gestão e o planejamento turístico no Seridó

Repleto de potencialidades e riquezas histórico-culturais, o Polo Seridó, localizado no sul do estado potiguar, é um circuito turístico composto por 25 municípios. Neste ano, 12 deles estão inclusos nas ações do Projeto de Inventariação Turística da Faculdade de Engenharia, Letras e Ciências Sociais do Seridó (Felcs/UFRN) com o objetivo de levantar informações sobre dados turísticos para fortalecer o planejamento e a gestão dessa atividade nas comunidades locais. O trabalho teve início no mês de maio e já realizou ações em Lagoa Nova e São José do Sabugi. A próxima cidade a ser beneficiada, no período de 1º a 3 de julho, é Carnaúba dos Dantas.

Momento de diagnóstico do projeto em São José do Sabugi – Foto: Acervo do projeto

A iniciativa integra o programa de extensão Qualistur, fundado em 2018 e responsável pela promoção de sete projetos estruturantes e duas ações permanentes. O esperado é que até novembro deste ano os 12 inventários turísticos sejam concluídos, formatados e entregues em forma de produtos técnicos de extensão tanto nos municípios quanto no repositório institucional da UFRN. Fora Carnaúba dos Dantas e os municípios que já receberam a equipe do inventário, estão contempladas as cidades de Jardim do Seridó, Acari, Parelhas, Florânia, Caicó, Cerro Corá, Serra Negra do Norte, Jucurutu e Currais Novos. Todas estão dentro do Mapa de Turismo Brasileiro.

O professor Marcelo Taveira, responsável pela coordenação do projeto, explica que o trabalho junto aos municípios é firmado por meio de um termo de adesão, sendo responsabilidade de cada prefeitura ofertar a logística necessária aos bolsistas e professores para executarem as demandas. “Como é uma atividade de campo, temos momentos de coleta de dados, registro de imagens e entrevistas com as comunidades locais. Passamos três dias imersos no espaço de cada cidade levantando essas informações”, complementa.

Visita do projeto ao município de Lagoa Nova- Foto: Acervo do projeto

Aos olhos do docente, esse contato presencial gera uma troca significativa entre a equipe, composta por docentes e alunos de Turismo de períodos variados,  e a população local. Embora o trabalho de campo ganhe destaque, ele reforça que o estágio após a apuração dos dados acompanha um longo processo de gabinete. Entre outras atividades, estão nessa fase a coleta de questões complementares, tabulação de dados e elaboração de textos.

O processo segue a metodologia de Inventariação Turística criada pelo Laboratório de Pesquisas e Estudos Turísticos (LAPET). Baseada no modelo criado pelo Ministério do Turismo, ela apresenta as seguintes categorias: A – Informações gerais; B – Empresas e equipamentos turísticos;  C – Atrativos Turísticos; D – Comércio Turístico; e E – Compras especiais no Turismo. As três primeiras foram preservadas da versão original e as duas últimas acrescentadas pelo LAPET. Além disso, os formulários receberam novas perguntas e outras foram retiradas.

“Houve uma nova roupagem na metodologia que estava em vigência. A nossa ideia é que essa parte realizada ainda de forma presencial, como a coleta de dados a partir de formulários, torne-se totalmente digital nos próximos anos. Estamos fazendo a testagem das perguntas, mas depois disso vai ser transformada em uma plataforma na qual conseguimos coletar dados e realizar os relatórios utilizando a ferramenta virtual”, adverte Marcelo Taveira.

Superação de desafios e ampliação da formação em Turismo

No caminho para o desenvolvimento do turismo regional, o projeto de Inventariação Turística, marcado pelo êxito metodológico e articulação com as populações locais,   também enfrenta alguns desafios. Entre eles, o professor chama atenção para as preocupações que acompanham o cenário da pandemia e resultam na rígida adoção dos Protocolos de Biossegurança da UFRN. Além disso, é considerada a segurança sanitária de cada cidade a ser visitada, a fim de assegurar tanto a proteção da equipe quanto dos habitantes.

No projeto, os alunos têm a oportunidade de articular teoria e prática, afirma Marcelo Taveira – Foto: Acervo do projeto

Mas, apesar das adversidades, o docente não deixa passar despercebido o papel da iniciativa no processo formativo dos estudantes de Turismo. Uma vez inseridos nas atividades, os alunos têm a oportunidade de articular teoria e prática, aprender sobre planejamento, diagnósticos e inventários. Na sequência, eles aplicam os conhecimentos na elaboração de inventários para as cidades selecionadas, que utilizarão os materiais produzidos para editais públicos, captação de recursos, fomento de políticas públicas e tomadas de decisão.

Dentro do grupo de alunos que já foram contemplados pelo projeto está Jorge Luiz da Silva de Assis. Cursando o 3º período de Turismo (Felcs/UFRN), o estudante conta que participar de um projeto com essa proporção tem sido fundamental ao alcance de experiências capazes de agregar não só a sua vida acadêmica, mas também profissional. “Como estudante e futuro atuante da área, entendo como é importante o gestor municipal conhecer as potencialidades do município e o inventário turístico é uma ação fundamental para que eles consigam, com base nos dados coletados, desenvolver e planejar o turismo de forma sustentável”, acrescenta.

Dois semestres à frente no curso, Matheus Alves também esteve presente nas visitas a Lagoa Nova e São João do Sabugi e destaca a importância do projeto para sua formação, em especial, na construção  de um olhar mais técnico e crítico em torno da atividade turística do Seridó. Para o estudante, após dois anos com as atividades presenciais paralisadas pela pandemia, voltar a campo é uma alegria imensa. “E essa satisfação acaba sendo maior ao saber que estamos realizando um trabalho técnico-científico de interesse público, que ocasionará o fortalecimento do planejamento da atividade turística no Seridó”, compartilha.

Fonte: Agecom/UFRN

Sair da versão mobile