O Museu de Ciências Morfológicas (MCM) da Universidade Federal do Rio Grande Do Norte (UFRN), em parceria com o Seridó Geoparque Mundial da UNESCO (Seridó-GMU), abriu visitação para o público interessado em conhecer o cenário da Caatinga, único bioma exclusivamente brasileiro, por meio da Sala de Exposição da Fauna do Seridó. O objetivo da parceria é tornar o local aberto à comunidade local, despertar a curiosidade da população e facilitar o acesso de pessoas urbanas a uma parte, ainda que pequena, da imensidão que é a Caatinga. A exposição está aberta de segunda a sexta em horário comercial.
Além dela ser útil para mostrar a relação entre a geodiversidade (meio físico) e a biodiversidade do bioma Caatinga, a exposição também serve para despertar o interesse das pessoas pelo 2º Geoparque Mundial da Unesco no Brasil, sediado em Currais Novos, mas representado por cinco outros municípios do Seridó potiguar: Parelhas, Carnaúba dos Dantas, Acari, Cerro Corá e Lagoa Nova.
Na exposição, inúmeros répteis, mamíferos e aves estão representados por animais taxidermizados junto ao cenário que contempla a geodiversidade com pegmatitos em relevo e a biodiversidade com vegetação representada por diversas espécies de cactos. Os mascotes do Geoparque, Madu, Pepeto e Cauã (representações de um cacto, uma rocha chamada pegmatito e uma ave de nome acauã, respectivamente), oferecem, nos painéis, informações importantes sobre a biodiversidade e algumas curiosidades da região, além do mapa de localização do Geoparque, aliado a frase “Descubra o Geoparque Seridó”.
O visitante tem a chance de ver de perto animais importantes da região, alguns, talvez, nunca vistos pessoalmente por muita gente, mesmo moradores das regiões de ocorrência, como a cutia, mamífero roedor de pequeno porte que pode medir até 64 centímetros e pesar até 6kg. No local são vistos ainda as espécies guaxinim, veado-catingueiro, uma jiboia em posição de ataque, entre outros.
De acordo com a professora Simone Almeida Gavilan, diretora do MCM, o Museu possui um caráter extensionista e de divulgação da ciência que propicia o estabelecimento de parcerias. Sua reabertura traz como uma das novidades a parceria com o Geoparque Seridó. “Nessa exposição unimos a beleza natural dos monumentos do Geoparque à Fauna da Caatinga, que muitas vezes é desconhecida por muitos. Quisemos trazer um pouco do nosso Geoparque Seridó para o museu para que todos possam conhecer mais sobre esse ambiente tão rico e importante para o RN”, diz a professora.
Embora esteja aberto para qualquer tipo de visita, um dos públicos mais esperados na exposição são as escolas, pelo caráter educativo que o ambiente proporciona. “ Esperamos um público voltado para estudantes, de diferentes níveis e pessoas que tenham interesse no tema”, completa Simone.
De acordo com Marcos Antonio Leite do Nascimento, professor do Departamento de Geologia e coordenador científico do Seridó Geoparque Mundial da UNESCO, a parceria mostra bem uma das quatro características de um Geoparque Mundial da UNESCO, que é o trabalho em rede. “São várias ações que estamos efetivando junto ao Geoparque Seridó, seja no próprio território e mesmo fora dele. Quanto à divulgação junto aos Museus, os próximos parceiros serão o Museu de Minérios do IFRN, em Natal, e o Museu Histórico de Acari, em Acari”, conta Marcos.
Fonte: Agecom/UFRN