UFRN e Governo do Estado inauguram Museu dos Corais em Maxaranguape

Uma das principais atrações dos turistas e banhistas potiguares, os parrachos oferecem uma experiência única, geralmente expressa em lindas fotografias. No entanto, o que para muitos é visto apenas como piscinas naturais afastadas da costa são, na verdade, um complexo ecossistema marinho de enorme importância ecológica. Preocupados em conscientizar a população para a preservação desse ambiente muito disputado, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e o Governo do RN, por meio do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (IDEMA), inauguraram nesta sexta-feira, 4, na Praia de Maracajaú, em Maxaranguape, o Museu dos Corais, espaço interativo e inclusivo sobre os oceanos com foco na conservação desses animais marinhos.

Financiada com recursos do Instituto Serrapilheira, primeira instituição privada, sem fins lucrativos, de fomento à ciência no Brasil, a iniciativa é fruto do projeto de extensão #DeOlhoNosCorais, vinculado ao Departamento de Oceanografia e Limnologia (DOL) do Centro de Biociências (CB/UFRN). Sob a coordenação do professor e pesquisador Guilherme Longo, uma referência nacional na pesquisa com corais, o projeto teve início em 2016 com propósito de promover a divulgação científica e a ciência-cidadã com vistas a promover o monitoramento cidadão de ambientes marinhos. O Museu começou a ser desenhado em 2018 e ficou pronto em 2019, mas foi interrompido por causa da pandemia da covid-19.

De acordo com Guilherme, a ideia do Museu é fazer com que os turistas e comunidade local conheçam a importância dos corais e da complexa vida marinha que se forma em seu entorno, no sentido de promover uma sensação de pertencimento e cuidado. Para isso, a exposição permanente do Museu oferece algumas experiências táteis, imersões sonoras, jogos e a possibilidade de conhecer mais sobre os corais por meio de vídeos interativos, lupas e impressões tridimensionais. “A gente espera que as pessoas façam essa visita rápida, mas que consigam compreender o que é um coral, pois são eles que formam os parrachos e trazem vários benefícios à comunidade em termos de turismo e pesca”, explica Longo.

O Museu dos Corais, repleto de recursos e informações sobre a conservação desses organismos marinhos, convida o visitante a fazer uma viagem nos oceanos, especificamente nos recifes de corais do Litoral Norte Potiguar, trazendo informações sobre o estado atual de conservação dos ambientes coralíneos e a importância da educação ambiental para a manutenção das áreas. Utilizando um rico acervo de exemplares da fauna, atividades interativas e instalações artísticas, o equipamento apresenta as espécies ameaçadas e as áreas foco da Área de Proteção Ambiental dos Recifes de Corais (APARC), além das diversas ações e projetos desenvolvidos para a proteção desse ambiente.

A solenidade de inauguração contou com a presença do vice-governador do RN, Antenor Roberto; da Tenente Coronel Rosalina (BPAmb); do operador turístico, Marcelo Zsigmond; do secretário da Semarh, João Maria Cavalcanti; do Pró-reitor de Extensão da UFRN, Graco Viana (representando o reitor da UFRN, José Daniel Diniz Melo); do prefeito de Rio do Fogo, Márcio Luis; do Capitão representando o 3º Distrito Naval, Allan Kardec; do coordenador do projeto Museu dos Corais, professor Guilherme Longo; do diretor-geral do Idema, Leon Aguiar, de membros do Núcleo de Gestão de Unidades de Conservação (NUC) e comunidade local.

Pesquisador Guilherme Longo explica importância da preservação dos corais – Foto: Ascom IDEMA

“O que vemos hoje é o resultado de uma parceria sólida entre o Governo do RN, através do Idema, e a Universidade Federal que juntos concretizaram este novo aparelho turístico para agregar valor científico, cultural e de conservação aos já tão belos passeios nos parrachos do nosso Litoral Norte. É mais uma conquista para os cenários da Conservação e Educação Ambiental em nosso RN. Aqui sentimos um pertencimento e zelo pela coisa pública”, afirmou o vice-governador do RN, Antenor Roberto.

Para o coordenador do Núcleo de Gestão de Unidades de Conservação do Idema, Rafael Laia, a inauguração do Museu era um desejo antigo da gestão da APARC. “Ele é exatamente a conclusão do processo de uma parceria eficiente entre o Idema e a UFRN, em que, através de projetos da própria Universidade, conseguimos desenvolver um equipamento com o objetivo de fazer educação ambiental e sensibilizar os visitantes. O Museu é mais um incentivo para que as pessoas venham visitar a Unidade de Conservação”, celebrou.

Guilherme Longo destaca ainda que a ideia é utilizar abordagens interativas, inclusivas e lúdicas, proporcionando um espaço de aprendizado e vivência sobre as características, importância, ameaças e conservação dos oceanos. “O intuito sempre foi criar uma ferramenta que pudesse ser utilizada para falar sobre a importância de manter esses ambientes saudáveis em longo prazo, favorecendo sua conservação e uso sustentável. Precisamos mostrar às pessoas como essa biodiversidade é importante para a manutenção da vida”, afirmou.

O diretor-geral do Idema,  Leon Aguiar, comentou que considera esse momento marcante e fortalecedor da parceria entre o poder estadual com a UFRN. “Aqui tem muita dedicação e empenho. Agradeço às equipes envolvidas, que não mediram  esforços para concretizar este equipamento. Vamos seguir em frente em prol do turismo sustentável e de uma educação ambiental cada vez mais fortalecida. Esperamos aproximar visitantes e moradores locais da biodiversidade marinha, para que todos reconheçam seu importante papel na conservação dos parrachos”, disse.

Para a representante da colônia de pescadores de Maxaranguape, Jadeir Regina do Nascimento, é uma grande satisfação ter esses parrachos conservados com todo o trabalho da gestão da APARC e com os estudos que os professores e cientistas fazem. “Essa é mais uma forma de preservarmos nossas espécies, assim como fortalecermos o turismo sustentável. É muito satisfatório conscientizar o uso dessa área”, relatou.

Entenda

Os recifes de corais abrigam cerca de 25% da diversidade marinha do planeta e, por isso, são conhecidos como “as florestas tropicais dos oceanos”. Apesar de sua alta diversidade, caracterizada por aproximadamente 2 milhões de espécies, estes ecossistemas cobrem menos de 1% da área dos oceanos, e encontram-se distribuídos apenas em regiões tropicais. A riqueza em formas e cores também é uma das principais características dos corais, que favorece associações com organismos de outros grupos, como peixes e crustáceos.

SERVIÇO

Museu dos Corais

Localização: Sede administrativa da APA dos Recifes de Corais. Rua Professor Francisco de Assis Varela Cavalcante S/N – Praia de Maracajaú – Maxaranguape

Horário de funcionamento: de segunda a sexta, das 8h às 17h.

Sábado: das 8h às 12h

Entrada gratuita

Fonte: Agecom/UFRN

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