Com agentes, escrivães e delegados da Polícia Civil do Rio Grande do Norte paralisados, a população não consegue registrar boletins de ocorrência desde a segunda-feira (8) nas delegacias da capital e do interior.
Sequer as delegacias de plantão da Zona Sul e da Zona Norte estão funcionando. Uma unidade provisória foi montada na academia da Polícia Militar, mas atende somente aos casos de flagrante levados pela PM.
A Delegacia Geral da Polícia Civil confirmou ao g1 RN, nesta terça-feira (8) que o registro de boletins de ocorrência só poderá ser feito, por enquanto, pela internet, através da Delegacia Virtual. O serviço está disponível desde o final de 2020.
A Delegacia Virtual possibilita a comunicação de ocorrências de “menor potencial ofensivo” como:
- Perda ou extravio de documento ou objeto
- furtos
- roubos
- ameaça
- estelionato
- calúnia
- injúria
- difamação
- acidente de trânsito sem vítima
- dano
- vias de fato
- perturbação do sossego
- desaparecimento de pessoa
- constrangimento ilegal
- maus-tratos contra animais
Como usar
Para acessar a Delegacia Virtual e fazer o registro de um Boletim de Ocorrência pela internet, o usuário pode acessar o sistema pela aba no site da Polícia Civil.
Após selecionar o estado, o usuário é direcionado para uma área onde recebe orientações e posteriormente escolhe o tipo de registro que deseja fazer.
Para prosseguir, é necessário ter ou fazer o cadastro para autenticação no site do governo federal.
Paralisação
Policiais civis do RN paralisam atividades — Foto: Ayrton Freire/Inter TV Cabugi
Em outra reunião, os delegados também decidiram aderir à paralisação dos agentes e escrivães.
A categoria informou que espera ser recebida pela governadora Fátima Bezerra para negociar sobre a situação do Adicional por Tempo de Serviço.
Em uma ação na Justiça, o Ministério Público questiona a validade do adicional e pede o fim do pagamento.
Os policiais afirmam que a retirada do benefício representaria uma perda de até 35% nos ganhos da categoria e, por isso, tentam negociar com o governo medidas alternativas.
Policiais Civis se concentram na Central de Flagrantes, em Natal — Foto: Ayrton Freire/Inter TV Cabugi
“A categoria quer a presença da governadora Fátima Bezerra na mesa de negociação, para que ela possa entender a gravidade da situação e dizer se vai atender ou não o pleito dos policiais civis”, disse Edilza Faustino, presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol-RN).
Segundo ela, desde abril do ano passado, o sindicato e as outras entidades representativas tentam negociar com o Governo, mas somente em janeiro deste ano, após uma paralisação da categoria, a mesa de negociação foi aberta.
“Mesmo assim, o Comitê Gestor afirmou que não tinha conhecimento da proposta que as entidades protocolaram ano passado. O Governo apresentou outras duas propostas diferentes que foram rejeitadas pelos policiais civis por representarem perda real de salário e de direitos”, comenta Edilza Faustino.
Em nota, o Governo do Estado do Rio Grande do Norte “ressalta que o momento é de construção de uma solução que, primeiro, evite perdas ao trabalhador e que seja exequível do ponto de vista econômico às finanças do Estado. O Governo do Estado destaca a necessidade da busca por esse entendimento nas negociações em curso, sem eventual custo social que uma paralisação traz à sociedade”.
Crédito das Fotos: Divulgação/Sesed e Ayrton Freire/Inter TV Cabugi
Fonte: G1 RN