Quando falamos de tratamento oncológico, as condutas terapêuticas mais utilizadas são as quimioterapias, radioterapias e, em alguns casos, a cirurgia. Contudo, durante a fase de tratamento do câncer, o paciente ainda pode ter seu equilíbrio psicológico ameaçado, pelas mudanças que serão necessárias no decorrer da doença e dos tratamentos, incluindo alterações em sua autoestima, o que influencia diretamente na qualidade de vida.
Na rotina dos pacientes, as transformações são inúmeras, que vão desde os aspectos biológicos, mas também, psicológicos e nas relações sociais. Quando falamos de adolescentes que estão passando pelo tratamento oncológico, tudo se torna mais relevante. Essa fase já é conhecida pelas alterações nos aspectos físicos, mentais e sociais, bem como, reorganizações adaptativas e, na prática clínica, é possível perceber, através de relatos, que o sentimento que carregam é de extrema angústia, visto sentirem-se diferentes. Na maioria das vezes, a principal é a perda do cabelo, que modifica sua imagem e vira sua vida de cabeça para baixo.
Desta forma, o olhar terapêutico precisa ser sensível para todo o contexto de vida do paciente, de forma integral e enxergando a singularidade que cada um carrega no seu íntimo. Desta forma, o setor de terapia ocupacional da Casa de Apoio à Criança com Câncer Durval Paiva utiliza algumas medidas, como acolhimento, orientações quanto às visitas a instituição, a fim de fazer com que ele sinta mais segurança, estando em contato com outros pacientes da mesma faixa etária e que passam pelo mesmo processo de assistência.
Fazendo com que realizem algo prazeroso em sua rotina, como ler um livro, conversar com amigos, assistir um filme, incentivar o uso de maquiagens e adornos no dia a dia, que auxiliam na autoimagem e no apoio emocional. Propondo atividades, que possam auxiliar estes pacientes a lidarem melhor com a doença, evitando pensamentos negativos, o isolamento social, a depressão, buscando promover o bem estar físico e emocional.
Para estes objetivos sejam alcançados, é necessário que se estabeleça uma relação de confiabilidade e segurança, entre o terapeuta e o paciente, a fim de que ele se sinta confortável para conversar sobre sua experiência com o tratamento, pensamentos negativos ou até mesmo, momentos recorrentes de desânimo e tristeza, para que se sinta pronto e disposto a reverter os sinais de alteração na autoestima.
Como o tratamento em si pode ser considerado fator determinante nas alterações da autoestima e traz impactos na vida do paciente, a detecção precoce pode contribuir para intervir, de forma significativa, na evolução do quadro, permitindo sua aceitação frente ao enfrentamento da doença e as alterações apresentadas.
Imagem: Divulgação
Fonte: Assessoria de Comunicação/CDP