O primeiro “Clássico-Rei” do ano tem longos tabus em jogo. O América não vence o ABC, no Frasqueirão, desde 2015. São seis anos sem derrotar o rival na casa abecedista. Se não bastasse isso, o Alvinegro vem de uma sequência de 14 vitórias seguidas nos seus domínios. O jogo começa às 16h e é válido pela quinta rodada do primeiro turno do Campeonato Potiguar.
“Nós vamos entrar em campo determinados a manter os bons números. São 14 vitórias seguidas em nossa casa. Isso é histórico. Irá demorar anos, que sabe décadas para que outro grupo, ou outro treinador consiga atingir essa marca. E claro, que todos que estamos aqui queremos ampliá-la. E, diante do nosso maior rival, isso se torna ainda mais importante”, explicou o técnico abcedista Moacir Júnior.
“Nossa equipe vem evoluindo. A gente vai para um jogo diferente. Enfrentar o ABC é um campeonato diferente. Então a gente vai ver a melhor situação que vai para a partida. Analisar bem o adversário, tentar neutralizar aquilo que é positivo, atacar aquilo que é negativo para que a gente possa fazer um jogo equilibrado”, comentou o técnico do América, Renatinho Potiguar.
Sobre as equipes que entram em campo hoje, nenhum dos dois técnicos deu pistas dos 11 titulares. No entanto, as atitudes de ambos passam informações importantes para possíveis escalações. Por exemplo, no caso do ABC. Moacir Júnior repetiu a escalação nas quatro rodadas anteriores e só mudou a equipe quando foi obrigado a fazê-lo, como no jogo contra o Potiguar, que não poderia contar com o volante Tallyson. Para o clássico, ele sabe que não terá o zagueiro Ícaro. O jogador está suspenso por ter recebido três cartões amarelos na competição.
No caso de Renatinho Potiguar, as mudanças foram mais constantes. Além da pressão sofrida com a derrota na rodada de abertura, o Alvirrubro tem perdido atletas por contusão, ou devido as síndromes gripais. “Isso preocupa. Nós sofremos uma pequena pressão no início e muitos jogadores tiveram que jogar no limite. Com isso, aumenta a possibilidade de contusões e já perdemos peças importantes como por exemplo o Elvinho no jogo passado”, comentou Renatinho.
Moacir Júnior
“Clássico é um jogo sempre muito aberto e cheio de fatores psicológicos. Sempre mexe bastante com os atletas, comissão, direção e imprensa. É o maior jogo do estado. Eu tive a felicidade no ano passado de obter bons resultados nos clássicos, mas isso não entra dentro de campo. A história fica, mas o mais importante de contar é fazer história. O América tem um time diferente e vejo que o Renatinho conseguiu evoluir o time desde a estreia, com uma forma bem agressiva de jogar. Então cabe a nós nos precavermos da melhor forma possível e procurar tirar proveito daquilo que a gente entender que é possível. Clássico nunca teve e nunca terá favorito. Quem errar menos é quem vai vencer, e espero que seja o ABC”, disse.
A primeira dessas vitórias ocorreu no dia 23/05/2021, em confronto válido pelo segundo turno do estadual, quando o ABC venceu pelo placar de 3 a 1. O segundo ocorreu já na Série D, no dia 20/06/2021, com placar favorável de 3 a 2. O alvinegro voltou a vencer por 3 a 1, também na Série D, no dia 22/08/2021.
Partida terá duelo entre os camisas 10
A partida deste domingo pode marcar um “duelo” à parte entre dois camisas 10 clássicos. Pelo ABC, o meia Allan Dias já brilha desde o ano passado, quando ajudou o Alvinegro a subir para a Série C do Campeonato Brasileiro. No América, Márcio Mossoró chegou este ano como a principal contratação do time.
Entre ambos a experiência e a técnica marcam no estilo de jogo. Apesar de mais jovem, Allan Dias se movimenta com mais lentidão, até pela sua característica física. Márcio Mossoró tem mais velocidade mesmo com 39 anos. Em campo, o torcedor americano espera que ele faça a diferença, equilibrando o nível das duas equipes em termos técnicos.
No time de Moacir Júnior, Allan Dias é titular absoluto e, taticamente, é capaz de exercer várias funções no time. Segundo volante, meia-armador pela direita e até mesmo homem de frente. No caso de Mossoró, sua função é mais específica em um time que ainda está sendo formado. Ele será o “pensador” o “homem da criação” do time de Renatinho Potiguar, apesar de ainda não ter sido confirmado oficialmente como titular para o jogo.
“Estou 100% fisicamente, sou um cara que tive poucas lesões ao longo da carreira e venho para somar. Participei de todo o processo de treinos que teve até agora, estou bem adaptado e ciente da responsabilidade. Temos um grupo muito capaz e que tem tudo para fazer um grande campeonato”, comentou Mossoró. “Por onde passei deixei meu nome, deixei minha história. Foi assim no Braga, foi assim no Paulista e também foi assim na Turquia. Conseguimos colocar o Istanbul Basaksehir no cenário Europeu a disputar uma Champions, depois de um título histórico e o Altay, minha última equipe fiz parte do grupo que conquistou o acesso depois mais uma década de na segundona. E espero que aqui no América não seja diferente. Venho para ajudar, venho para buscar títulos e fazer história por aqui também”, completou.
O meia americano avisa que veio ao América pelo projeto do clube. “Quando encerrou meu vínculo com o Altay, tive várias oportunidades para continuar na Europa, voltar até mesmo para Portugal, mas eu tenho o sonho de poder ter meus pais me assistindo na arquibancada e isso não tem preço para mim. Dentre os vários projetos a mim apresentados, o do América foi o que mais me chamou a atenção, a conversa que tive com o presidente, foi tudo muito de coração aberto e resolvido rapidamente”, concluiu o jogador americano.
Crédito das Fotos: Rennê Carvalho e Canindé Pereira
Fonte: TRIBUNA DO NORTE