STTU: empresários de ônibus descumpriram acordo e só haverá isenção com contrapartida à população

Daliana Bandeira, secretária de Mobilidade Urbana de Natal - Foto: Divulgação

A greve dos ônibus segue em curso em Natal e a população, neste momento, tem somente 30% da frota à disposição. Até a manhã desta quarta-feira (19), não havia a confirmação sobre algum encontro marcado entre o Poder Executivo e rodoviários e empresários do setor de transporte público. A secretária de Mobilidade Urbana de Natal, Daliana Bandeira, garante que há a disposição de negociar, mas que vai exigir contrapartidas para concessão de benefícios.

Apesar da greve ser dos rodoviários, que buscam o pagamento de benefícios e aumento salarial, os empresários pressionam que a Prefeitura do Natal esteja na mesa de negociações para discutir a possibilidade de incremento na renda do setor para que seja possível arcar com o aumento nos gastos com pessoal. A STTU, contudo, disse criticou a postura dos empresários no ano passado e disse que é preciso haver garantias para que o Imposto Sobre Serviços (ISS) seja desonerado mais uma vez.

“A gente está disposta a ir para a mesa, mas que a gente tenha uma contrapartida. (No ano passado) Foi dada a isenção, mas tiveram linhas devolvidas, serviços retirados, desobediências a ordens de serviço que a STTU enviava e a população que ficou prejudicada. Precisamos que isso seja uma via de mão dupla”, criticou Daliana Bandeira, em entrevista à InterTV Cabugi.

Atualmente, as empresas estão com o ICMS para combustíveis isento, através de decisão do Governo do Estado, mas com a obrigatoriedade de manterem a linha circular da UFRN gratuita e não haver aumento na tarifa. Segundo o Seturn, sindicato que representa as empresas, a própria STTU já informou à justiça que, pelas contas atuais, a tarifa técnica deveria ser de R$ 4,12. Não há, porém, previsão para reajuste tarifário neste momento.

Greve

A greve dos rodoviários de Natal teve início nesta terça-feira com a redução da frota respeitando o percentual mínimo de 30% de operação. A paralisação é por tempo indeterminado e atinge todas as linhas que circulam na capital. Durante o período da manhã, parte da população foi pega de surpresa e sofreu ao esperar por transporte nas paradas da cidade. O edital de greve foi publicado na sexta-feira passada (14) e segundo o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários (Sintro), os trabalhadores só irão se reunir com empresários do setor se o pagamento integral do vale-alimentação for restabelecido. Há dois anos os rodoviários cedem metade dessa quantia total (R$ 315), recebendo só R$ 157.

O presidente do Sintro, Júnior Rodoviário, informou que até o momento o órgão não recebeu nenhum comunicado do Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros do Município do Natal (Seturn) bem como da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (STTU). Atualmente, o piso salarial dos motoristas corresponde a R$ 2.110,38. “Estamos pleiteando o aumento do salário porque vamos entrar no terceiro ano seguido sem reajuste. O nosso vale-refeição foi reduzido pela metade e não aguentamos mais, protelamos e a corda já esticou demais. A arma que temos é a paralisação. Infelizmente, a população sofre mas estamos sofrendo também”, explica.

Crédito da Foto: Divulgação

Fonte: TRIBUNA DO NORTE

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