Homem-Aranha: Sem Volta apresenta uma performance de 100% de aprovação no Rotten Tomatoes, site especializado em críticas de cinema. Dirigido por Jon Watts, com roteiro de Chris McKenna e Erik Sommers, e produção de Kevin Feige e Amy Pascal, estrelando no papel principal, Tom Holland, conta com duas horas e meia de tempo, e finalmente entra no circuito de exibição levando uma legião de fãs à loucura.
O terceiro filme do amigão da vizinhança traz novamente Tom Holland no papel principal, e teve desde o anúncio grande expectativa por parte dos fãs devido o fechamento desta nova trilogia, sendo o último filme do ator no papel do herói aracnídeo, até então. Grande parte dessa expectativa pelo longa aconteceu também, por causa da quantidade de especulação vinda dos diversos tipos de vazamentos durante a produção.
É difícil conceber a ideia de filme blockbuster de super herói com grande potencial de público como aconteceu neste último filme da fase três do UCM (Universo Cinematográfico da Marvel) no cinema, com Vingadores: Ultimato. Mas, Homem-Aranha: Sem Volta para Casa, provou que existe filme dentro da Marvel com potencial igual e quem sabe até maior.
O novo longa do herói começa introduzindo acontecimentos vindo do último filme, Homem-Aranha: Longe de Casa, mostrando consequências da batalha do herói contra o vilão Mistério (Jake Gyllenhaal) que revelou a identidade do jovem ao mundo, trazendo consequências a todos em derredor de Peter Parker, fazendo ele buscar solução com outro herói do universo da Marvel, o Dr. Estranho (Benedict Cumberbatch), para fazer um feitiço capaz de apagar a memória de todos sobre a identidade do Homem-Aranha, porém devido às interferências durante o processo do feitiço as coisas acabam saindo do controle, abrindo margem para essa nova aventura.
Homem-Aranha: Sem Volta para Casa, não é um filme para quem procura lógica racional, pelo contrário, abraça de bom grado a ideia de super herói vinda dos quadrinhos com exageros necessários e agradáveis. De maneira minuciosa abarca a introdução do multiverso para corrigir alguns erros dentro das antigas trilogias tornando o filme cheio de fan service necessário e emocionante. Por isso é importante ressaltar a grandiosidade dessa nova aventura pela nostalgia em celebrar os vinte anos do herói no cinema, isso ficou evidente durante todo o segundo e terceiro ato do filme.
Vale ressaltar a participação casada do Duende Verde interpretado por Willem Dafoe, que entrega uma interpretação necessária dentro da construção do personagem, sendo o principal gatilho no crescimento e amadurecimento do herói. Já o Doutor Octopus, vivido novamente por Alfred Molina, trás um conceito de arrependimento e desejo por mudanças. Dois grandes personagens com conceitos iguais e personalidades dominantes divergentes.
“Com grandes poderes, vem grandes responsabilidades“, essa frase nunca fez tanto sentido quanto agora neste novo filme. É dentro dessa proposta que o longa tem a levada emocional necessária para o crescimento do personagem, levando Peter a escolher sobre ser dominado pelo ódio e vingança ou fazer o certo deixando a vingança de lado. O roteiro em todo momento deixa claro que Peter terá um amadurecimento durante os eventos que virão, mas não entrega como acontecerá.
O filme ainda constrói com tempo de tela para cada personagem a introdução dos vilões mostrando motivações aceitáveis. Parte dessa construção ao longo do filme se deve ao texto amarrado minuciosamente bem. Claro, há momentos em que algumas piadas só fazem sentido para quem é fã do universo do teioso, funcionando de maneira orgânica e funcional deixando tudo dentro do aceitável pelos fãs mais exigentes.
O filme não é meticuloso na fotografia mas consegue entregar planos abertos bonitos. Agora, sobre a trilha sonora já é diferente, o longa carrega uma trilha necessária e crescente conforme segue a colocação das camadas nos três atos dentro da história, deixando cada cena com peso necessário no intuito de emocionar ou fazer rir.
É sobre isso, diria, que este é um longa para emocionar ou fazer rir. A Sony Pictures por ser detentora dos direitos de adaptação do herói no cinema, talvez tenha pensado assim; “Com um grande herói, vem grandes responsabilidades” quando viu a chance de fazer o multiverso do Homem-Aranha no cinema. Porque ela entrega tudo que o fã da franquia deseja, o filme é um checklist do início ao fim.
Diretamente, Homem-Aranha: Sem Volta para Casa corre sem preocupação para o topo de melhor produção do ano, não pela construção técnica, já que há pecados mortais dentro desse quesito. Mas por entregar exatamente aquilo que o fã quer ver.
O filme celebra de maneira nostálgica cada personagem desse universo ao longo desses vinte anos do herói no cinema, uma forma de celebrar a década onde os estúdios estão cada dia mais atentos aos pedidos dos fãs, fechando um ciclo numa conexão em perfeita sintonia com tudo que foi construído sobre o herói nestas últimas duas décadas nos cinema.