Os minigames em Mario Party representam a parte mais dinâmica do jogo, que exige destreza e reflexos, mas é nos tabuleiros que a estratégia e o planejamento entram em cena, e eles são tão importantes quanto faturar uma grana alta em um minigame de batalha. Afinal, não adianta ter uma quantia infinita de moedas se você não chegar às estrelas.
Mario Party Superstars traz de volta cinco tabuleiros da era Nintendo 64, o que significa que os mais acostumados a esses estágios clássicos já terão uma ideia geral do que fazer. Porém, isso não quer dizer que jogadores novatos ou pouco experientes não possam aprender um truque ou dois.
Pensando em otimizar cada jogada de dado e escolha de caminho em bifurcações, elaboramos este guia com dicas para que você tome as melhores decisões possíveis em todos os tabuleiros da mais nova entrada nesta celebrada franquia de party games. Vamos passar por cada tabuleiro, em ordem de dificuldade, e analisar suas particularidades, incluindo os melhores itens para usar em cada um. Simbora!
Ilha Tropical do Yoshi/Yoshi’s Tropical Island (Mario Party 1)
Dificuldade: 1/5
A Ilha Tropical do Yoshi é considerada o tabuleiro menos complexo em termos de dificuldade, já que o seu design consiste em duas ilhas circulares simples, com as únicas bifurcações sendo os acessos de uma ilha à outra; portanto, na maior parte do tempo não temos muita escolha em relação aos caminhos tomados. A mecânica de localização fixa do Bowser e da Toadette, que trocam de lugar quando alguém cai em uma Casa de Evento, acrescenta ainda mais a essa falta de liberdade de opções.
Entretanto, essa combinação de simplicidade e sorte não significa que não haja estratégias a planejar — inclusive, entra aqui um incremento de Superstars que trouxe um benefício espetacular à qualidade do gameplay neste tabuleiro: a existência de itens nos mapas do primeiro Mario Party, que agora contam até com uma lojinha de itens.
A singela bancada do Toad amarelo representa a maior fonte de recursos que nos dão um mínimo de controle sobre as nossas maquinações. O meu principal conselho na Ilha Tropical do Yoshi é: se você estiver na rota do Bowser, priorize os Dados Personalizados e os Blocos de Teletransporte; se estiver indo em direção à Toadette, foco nos Dados Duplos e Triplos para chegar a ela antes que alguém caia nos espaços com exclamação e acabe com a sua alegria.
Os Blocos de Teletransporte são ideais se um encontro com o Rei dos Koopas for iminente ou inevitável, ou no caso de pelo menos dois dos seus oponentes estarem próximos da Toadette ou do Boo na ilha à direita — até mesmo de ambos, caso o espaço da estrela esteja na Ilha Melão. Fique de olho também na efetividade de usar um Dado Personalizado para cair em uma Casa de Evento e tirar a estrela da frente de alguém.
Apesar de os Tumbos (Thwomps) raramente serem um fator decisivo, tenha em mente a possibilidade de aumentar o valor do pedágio caso isso previna um adversário de mudar de ilha e o force a seguir em direção ao Bowser. Essa opção é pouco aproveitada porque frequentemente significa pagar um alto custo, o que pode prejudicar na compra de estrelas e itens mais à frente na partida, então fica a seu critério ponderar se vale a pena, dependendo do caso.
Recapitulando: a arquitetura simples e que vai direto ao ponto faz da Ilha Tropical do Yoshi um tabuleiro relativamente fácil de se navegar. Apenas lembre de avaliar se compensa fazer as mudanças de ilha, levando em conta a sua distância dos espaços da Toadette/do Bowser e a posição em que você está na ordem de jogada, e faça uma análise constante da sua necessidade no quesito itens: você quer andar bastante em um único turno ou chegar a um ponto específico, seja via Bloco de Teletransporte ou Dado Personalizado?
Acertar nessa dualidade é um ponto-chave para evitar ao máximo que a aleatoriedade das Casas de Eventos te prejudique e garantir o sucesso neste primeiro tabuleiro. Escolha seus itens com sabedoria e você estará bem encaminhado para ser a superestrela!
Espaçolândia/Space Land (Mario Party 2)
Dificuldade: 2/5
Na minha humilde opinião, a Espaçolândia é um tabuleiro menos complicado do que a Ilha Tropical do Yoshi. Por mais que a mecânica dos bandidos e da patrulha Snifit possa ser bem irritante, a estação espacial do segundo Mario Party exige um planejamento no qual o acaso tem um papel não tão crucial. É claro que, como em todo estágio da franquia, existem bifurcações a se considerar, mas o design com longos corredores simplifica bastante as nossas andanças.
Este é o maior tabuleiro de Superstars, com 95 casas, então naturalmente os itens que fornecem números altos nos dados costumam ser prioridade. Só não esqueça que, por não se tratar de um tabuleiro de MP1, os portões chegam como mais um fator que você deve incluir nos seus esquemas.
O portão no canto inferior direito é mais recomendado em momentos de desespero, quando apenas as Casas de Hora da Verdade (Chance Time) podem te salvar; já o portão superior esquerdo guarda uma rota que eu aconselho que você use sempre que possível, já que ela contém um Boo e fornece um atalho para o centro do tabuleiro, ótimo para quando você está longe da estrela atual e quer se posicionar bem para sair na frente na corrida para a próxima.
A patrulha Snifit pode ser muito útil para afastar seus adversários da Toadette, ainda mais se você tiver certeza que vai cair em uma Casa de Evento que irá afetá-los. Só tome cuidado para não sabotar a si mesmo ao pagar a polícia da Espaçolândia, já que os “tiras” da parte inferior do tabuleiro colocam os jogadores envolvidos em rota de encontro com o Boo.
Quanto ao Desfalcador do Bowser, o temido raio que leva todas as moedas de quem for atingido, não há muito a aconselhar além do bom e velho cuidado. Sempre que se deparar com uma bifurcação, dê uma conferida no contador no centro do mapa; se ele estiver próximo do 0 e você estiver com os bolsos cheios, talvez seja melhor priorizar a rota que te tire mais rapidamente da linha de fogo.
Uma estratégia que pode vir a calhar caso uma ou mais pessoas com muitas moedas estejam na diagonal que recebe o raio da falência é dar repetidas voltas no contador, escolhendo o caminho da direita na bifurcação tripla (ter um Dado Duplo ou Triplo ajuda bastante). Você vai arriscar perder amizades? Sim, mas isso é Mario Party, então paciência.
A Espaçolândia é um tabuleiro que costuma ter menos emoções oriundas de sorte ou coincidências, deixando por conta da grande quantidade de bifurcações a maior parte do esforço mental necessário para decidir o que fazer. Procure se manter nas rotas que mais provavelmente abrigarão a próxima estrela — as chaves podem ser bem úteis nesse sentido — e você estará (quase) sempre em ótima posição para receber os parabéns da Toadette mais do que os seus rivais.
Bolo de Aniversário da Peach/Peach’s Birthday Cake (Mario Party 1)
Dificuldade: 3/5
Coincidência ou não, a NDcube escolheu para Superstars dois tabuleiros do Mario Party original em que a estrela não sai pipocando aleatoriamente por espaços predeterminados. No caso do tabuleiro da Princesa Peach, o rigor geográfico é ainda maior, pois a estrela literalmente não sai do lugar durante a partida inteira.
Você pode até pensar que isso transforma o gameplay nesse estágio em uma maçante corrida para chegar mais vezes ao centro do bolo antes que todas as rodadas sejam concluídas, e até teria razão, se não fosse pelas mecânicas das Piranha Plants e do Bowser, além, claro, da estreia dos itens, que não existiam na versão de Nintendo 64.
Assim como a localização do Bowser e da Toadette influencia na escolha de itens na Ilha Tropical do Yoshi, aqui devemos considerar a natureza dos “morangos” plantados ao longo da trilha que leva à estrela. Se houver à sua frente um verdadeiro campo minado de plantas que podem roubar as estrelinhas que você tanto andou para obter, o Dado Personalizado é sem dúvida a melhor opção para evitar pisar em uma “bomba”; caso o caminho esteja mais seguro, vá sem medo nos Dados Duplos, Triplos e Cogumelos.
Se os demais competidores estiverem próximos da estrela, seja pela rota principal ou pelo caminho alternativo que passa pelo Bowser, o Bloco de Teletransporte pode ser duplamente eficiente: além de mais uma vez se posicionar próximo à “linha de chegada” do tabuleiro, poupando a si mesmo o tempo e esforço de rodar tudo de novo e evitando potenciais riscos de ser atacado pelas plantas grandes, você estará tirando de outra pessoa a chance de passar por lá depois de percorrer todo o trajeto, colocando-a no pior lugar possível e praticamente fazendo com que ela tenha que recomeçar a corrida.
Falando no Rei dos Koopas, não dispense logo de cara o caminho que passa por ele. Sim, ele te cobra um preço exorbitante por um Dado Amaldiçoado ou simplesmente joga um bolo duro na sua cabeça, mas não esqueça que esse canto do mapa funciona como um atalho que te coloca muito mais próximo da estrela do que a rota tradicional.
Fique atento à quantidade de sementes do Goomba que foram selecionadas. Se a chance de escolher uma semente que te leva ao pudim do Bowser for grande e você tiver condições financeiras de bancar uma visita ao vilão, cortar caminho é sem dúvidas uma opção melhor — não esqueça que além de chegar mais rapidamente à Toadette, você também faz uma visita antecipada à loja de itens, tornando esse o trajeto ideal aos mais abastados.
O Bolo de Aniversário da Peach é um tabuleiro onde a ação começa bem devagar, mas conforme os convidados vão acumulando moedas e dando voltas enquanto plantam morangos de qualidade duvidosa, os esquemas e artimanhas vão se revelando, com os itens mais uma vez tendo uma enorme importância. Avaliar com cuidado o quão perigosa a rota das Piranha Plants está é a base para ser a cereja no topo deste bolo!
Floresta Florestal/Woody Woods (Mario Party 3)
Dificuldade: 4/5
Chegamos ao ponto em que as coisas começam a ficar um pouco mais complicadas. A Floresta Florestal é o tipo de estágio no qual você frequentemente vai precisar planejar alguns passos à frente e considerar qual vai ser a situação do tabuleiro quando for a sua vez de jogar. O que pode deixar o gameplay aqui frustrante é que algumas vezes esse planejamento não serve de muita coisa.
A frustração tem raiz na mecânica de mudança de setas que ocorre no começo de toda rodada. As Toupeiras Monty alteram os caminhos de três bifurcações entre esquerda e direita, e todos são forçados a seguir as direções para as quais as placas estão apontando. Um quarto Monty no canto superior do mapa também pode fazer essa alteração se alguém passar por ele e pagar uma modesta quantia — um excelente recurso para prejudicar seus rivais.
Esse troca-troca torna o uso dos dados extras e cogumelos bem circunstancial, já que não adianta nada tirar um 30 no Dado Triplo se uma das setas que está no caminho para a estrela não aponta para a direção necessária. Sempre verifique se você tem um trajeto livre até a Toadette antes de comprar ou usar um item para andar muito; por outro lado, se você tiver um Bloco de Teletransporte e a placa à sua frente te levar pelo mau caminho (desculpa, não resisti), veja se não tem alguém melhor posicionado para tentar a troca, deixando esse alguém em maus lençóis.
Também circunstanciais são os portões na Floresta Florestal, que, à parte de possíveis atalhos simples para uma estrela, não oferecem muitas recompensas além de um espaço de Hora da Verdade (Chance Time) atrás do portão ao sul e um caminho mais curto para o Boo no caso do portão ao norte.
A outra mecânica do tabuleiro são as duas árvores localizadas nas metades superior e inferior. Enquanto o Woody te faz escolher entre mais moedas ou um dado extra, seu colega mais suspeito tira seu dinheirinho ou dá um dado que te faz andar para trás. Essa movimentação adicional pode significar a diferença entre alcançar uma estrela ou dar de cara com a placa errada e ter que andar em círculos, então nunca deixe de levar o Woody em consideração.
A abundância de lojas de itens, com três barraquinhas, faz com que seja comum que os jogadores se abasteçam de Canos Dourados a partir da metade da partida. Um bom jeito de manter os adversários em cheque é visitar a loja no canto inferior esquerdo e adquirir um Baú Saqueador, fazendo com que todos pensem melhor antes de comprar o item que os leva direto à estrela.
Navegar pela Floresta Florestal pode dar uma dorzinha de cabeça no começo, mas não demora para nos acostumarmos com a maluquice da mudança de direção das placas. Elas podem atrapalhar bastante, mas isso vale para todo mundo, então o jeito é trabalhar para não se perder no meio do mato e ir em direção à luz das estrelas da Toadette.
Medolândia/Horror Land (Mario Party 2)
Dificuldade: 5/5
Talvez não seja à toa que o tabuleiro com temática de terror seja considerado o mais difícil de Mario Party Superstars. A Medolândia abriga a maior variedade de mecânicas únicas, todas as quais têm grande influência na movimentação pelo mapa e nas possibilidades de reviravolta por meio de jogadas mirabolantes.
Vamos começar pelo ciclo de dia e noite. A cada dois turnos, o cenário alterna entre a luz e a escuridão. O processo pode ser antecipado se alguém cair em uma Casa de Evento, e ele afeta diretamente as demais mecânicas da fase.
Temos, por exemplo, os Esmagões (Whomps), que bloqueiam um dos lados da bifurcação onde estão e trocam de lugar se você pagar a taxa, mas que não se movem quando está de noite. Mudar um Esmagão de lugar antes que anoiteça — ou cair em uma Casa de Evento quando estiver de manhã — pode fazer com que ele impeça um adversário de seguir em direção à estrela.
O Sr. Z. Oio é o responsável por grandes saltos de movimentação, levando quem pagar sua taxa de um extremo do mapa a outro. Sempre que passar por ele, verifique se ser perseguido pelo olho gigante vai te beneficiar na busca pela próxima estrela. Aqui cabe o adendo de que os itens de movimentação virtualmente te levam a qualquer parte do tabuleiro – desde que você tire números grandes o suficiente, claro.
Todos os Boos nesse tabuleiro envolvem obstáculos para ser usados. O que fica no canto inferior esquerdo do mapa só funciona de manhã e está guardado atrás de um portão; há uma sequência de dois Boos muito próximos, mas eles ficam atrás de um Esmagão e só funcionam de noite — ou seja, você precisa calcular perfeitamente a hora de passar pelo blocão de pedra antes que ele fique imóvel, mas sem passar pelos espaços dos fantasmas larápios quando estiver de manhã.
Por fim, o destaque máximo da Medolândia vai para o Rei Boo, localizado no canto superior direito do tabuleiro. Guardado por um portão e ativo apenas durante a noite, esse gigantesco monarca possui o incrível poder de roubar todos os oponentes de quem passar por ele. Isso inclui surrupiar moedas de graça (originalmente 15 moedas em Mario Party 2) ou uma estrela de cada um por 150 moedas. Essa jogada costuma virar uma partida de cabeça para baixo, mas raramente acontece.
A Medolândia tem muita coisa para prestarmos atenção, mas é incrivelmente recompensador montar uma estratégia na sua cabeça e vê-la se desenrolar perfeitamente quando cada pequeno detalhe vai dando certo. Os dados extras são essenciais e as chaves atingem seu potencial máximo neste cenário. Lembre-se disso e siga em frente, se tiver coragem.
Hora do teste prático
Os tabuleiros selecionados para integrar o conjunto em Mario Party Superstars compreendem uma boa variedade de dificuldades. Cada estágio requer diferentes mentalidades de jogo para quem quiser trafegar por eles com sucesso. Esperamos que essas dicas te ajudem a superar seus amigos mais do que o contrário, e que todas as amizades continuem intactas depois que você frustrar geral.
Texto de Davi Souza
Fonte: Nintendo Blast