O aluno Fellipe Oliveira, do Bacharelado em Canto da Escola de Música da UFRN (EMUFRN), se apresenta na produção da ópera ll Rigoletto, do compositor Giuseppe Verdi, no Teatro Comunale Luciano Pavarotti, na Itália, nesta sexta-feira, 23, e domingo, 25 de julho. Ele é um cantor lírico e baixo-barítono, que é a segunda voz mais aguda dentre os baixos.
“Durante a pandemia, o Teatro Comunale Freni Pavarotti, na cidade de Modena, fez óperas sem público, apenas com transmissão online. Eu já canto nas temporadas aqui desse Teatro desde 2012, mas essa produção é a primeira que o Teatro está fazendo com público desde o início da pandemia e é a céu aberto, no Palazzo Ducale (atual Accademia Militare), então marca a reabertura do Teatro ao público”, conta Fellipe.
A história de Fellipe é um tanto curiosa. Como disse o professor da EMUFRN, Durval Cesetti, para o estudante, ele “é um quase Benjamin Button” acadêmico: ele já realizou dois mestrados, um em Ópera e outro em Performance Vocal, na Royal Scottish Academy of Music and Drama, na Escócia, porém não concluiu a graduação.
Antes do mestrado, primeiro o estudante foi acadêmico de Medicina. Mas após o quarto ano de curso, realizou vestibular e foi atrás do que realmente queria: o Bacharelado em Canto. Ele estudava na Universidade Estadual Paulista (Unesp), mas saiu do Brasil entre 2006 e 2020. “Ganhei uma bolsa para fazer diretamente mestrado na Escócia, enquadrado na lei de aceleração de aprendizado daquele país”, explica. Nesse período, Fellipe fez diversas apresentações fora do país e também estudou por quatro anos com a renomada cantora soprano Mirelli Freni.
“Eu deveria ter voltado para concluir a graduação, mas a carreira foi acontecendo. Por fim, fui jubilado. Durante a pandemia, resolvi concluir meus estudos, e como minha família é de Maceió e eu já conhecia vários professores e a estrutura da UFRN, que pra mim é a melhor do Nordeste, fiz o Enem e depois me inscrevi para o vestibular da Escola de Música”, relembra.
Ele conta que a UFRN contribuirá para preencher essa lacuna na sua formação acadêmica e que o fato de estar em uma universidade dá a oportunidade de cursar disciplinas que são do interesse dele, como gestão pública, gestão e elaboração de projetos, jogos teatrais, línguas, entre outras. “E mesmo dentro da Escola de Música tem várias disciplinas optativas que podem enriquecer a formação de um cantor lírico”, diz ele.
Os planos de Fellipe são concluir a graduação o mais rápido possível e partir para o doutorado, que pretende cursar nos Estados Unidos ou no Canadá. “Quem sabe voltar à UFRN como professor. O futuro é um pouco incerto neste momento, porque a pandemia ainda não terminou”, afirma.
Suas próximas apresentações ainda dependem da pandemia, porém, até o momento, ele cantará em uma ópera no Festival do Theatro da Paz, em Belém, outra no Theatro São Pedro, em São Paulo, e ainda em um concerto na embaixada brasileira, em Viena. “O que é certo mesmo é que devo gravar um CD com o professor Durval Cesetti agora em agosto, que é de um projeto aprovado na Lei Aldir Blanc do ano passado, e um concerto em forma de live no meu canal do YouTube, no dia 6 de agosto, às 19h30”, diz Fellipe. O evento pode ser assistido aqui.
Fonte: Agecom/UFRN