Velozes e Furiosos 9 – O auge do surrealismo

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20 anos após Dominic Toretto e Cia terem dado início anima das mais bem sucedidas franquias de ação de toda a história, temos o nono longa da saga. E se você acha que já tinha visto de tudo nos filmes anteriores, pode ir tirando o seu cavalinho tunado da chuva.

Parece uma regra, o Velozes e Furiosos seguinte tem que bater o antecessor, seja em ação ou em exagero. E aqui, temos exagero de sobra, levando o surrealismo a outro nível até então jamais visto na franquia. Contudo, nem só de absurdos é constituído a trama de VF9.

Ao fã dos filmes anteriores, um presente em tela: ver rostos conhecidos serem inseridos de volta. E isso foi um acerto muito grande, pois era a chance de amarrar pontas soltar e criar novas possibilidades, dando sobrevida a uma franquia tida por muitos, como morta. Contudo, isso não é o suficiente pra salvar uma história ruim.

De fato, é o que eu sempre digo por aí; fã service não salva roteiro fraco e exatamente isso que ocorre neste filme. Somos apresentados a história da família Toretto, na qual foi desenvolvida a morte do pai do Dom. Ali conhecemos Jakob, o irmão até então jamais citado, mas que acabou sendo acusado por Dom como culpado pelo acidente do pai deles.

Revisitar o passado dos Toretto foi muito legal, poder fazer um paralelo com as coisas ditas pelo Dom ao Brian no primeiro filme, da um sentimento de nostalgia muito grande. Todavia, após isso, somos apresentados a trama central da história, que não evolui. Não há como evoluir pois já é uma coisa batida. Há um terrorista virtual que quer dominar o mundo e a família se junta para salva-lo; fecham se as cortinas e termina o espetáculo.

Pronto, em linhas resumi duas horas de filme. Agora, você me pergunta tem como fugir disso? É, não tem. Temos um em ‘Cena’ um John tentando se mostrar um ator competente, ao passo que temos o retorno de personagens conhecido de VF3, inclusive do Han, que estava “morto”. Ainda temos uma Cipher que teria uma chance maior se dar uma carga dramática e empática a trama, se ela não tivesse que dar espaço no roteiro para o Jakob.

Em meio a lindas cenas de ação que na proporção que foram bem gravadas, são totalmente inaceitáveis e mirabolantes, há o questionamento interno se há algo na Terra com o qual a equipe de Dominic Toretto não possa lidar e a resposta veio em uma das cenas mais absurdas possíveis, pois já que eles aprontaram de tudo na Terra, por que não salvar o mundo no espaço sideral?

Sim, extrapolaram e levaram essa síndrome de ‘Deus ex-machina’ da Toretto Family para a estratosfera, literalmente. Numa cena que poderia ser melhor explorada, mostrando o real feito de se estar fora do planeta eliminando uma ameaça…a cena serviu mais como alívio cômico.

Em comicidade, o filme lida bem. Chega ser irônico o fato como o filme brinca com a imortalidade de seus personagens, o que da pra entender que daqui pra frente a ordem é : “Desliga o cérebro e aceita o quente na tela”

Entre flashbacks que pareciam novela mexicana, e cenas de ação que lembram o realismo do MacGyver, há um filme também divertido que reforça a questão dos laços de família e o quanto isso é importante. Some isso a cena pós créditos e ao menos temos uma certa coerência entre tramas passadas. Em meio a tudo isso, ainda vale assistir essa ficção científica veloz.

Nota: ⭐⭐⭐⭐

Fonte: O Barquinho Cultural

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