EAJ oferece curso para professores de todo o Brasil

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As novas ferramentas de Tecnologia passaram a ocupar um espaço maior em nossas vidas desde o início da pandemia causada pelo covid-19 e na vida dos docentes não foi diferente. Pensando nisso, uma iniciativa idealizada por Maiara Gonçalves (EAJ/UFRN) entre os dias 15 de março e 16 de abril deste ano, buscou capacitar professores de escolas públicas para esse desafio. Com o total de 24 aulas, o curso de extensão realizado pela Escola Agrícola de Jundiaí (EAJ/UFRN), Ensino de História e as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), teve como objetivo de buscar novos meios para harmonizar a união entre o ensino de história e as chamadas TICs.

A necessidade de se reinventar nesse momento provocou a realização dessa ação, com aulas programadas para discutir o tema. O  curso buscou novos meios de prosseguir com o modelo de ensino atual e trocar experiências entre os professores de história. Os encontros síncronos e assíncronos se assemelhavam à rotina atual que muitos docentes e discentes possuem hoje em dia: um dia para explicações, debates e questionamentos e outro dedicado à leitura de textos direcionados.

A ideia surgiu pela professora de História Maiara Gonçalves, que percebeu a possibilidade de unir as chamadas “TICs”, Tecnologias de Informação e Comunicação, ao ensino de História. Inicialmente, foram ofertadas 55 vagas destinadas a professores de História do ensino básico das redes municipais e estaduais, mas a adesão do público-alvo alcançou um número maior do que o esperado, sendo necessário aumentar a oferta para 70 vagas. As inscrições vieram das cinco regiões do país, desde docentes do Rio Grande do Norte até do Rio Grande do Sul.

Um dos fatores que nesse momento contribuiu para a adesão desse público foi o fato de ser 100% online, onde tem sido o único local em que se pode reunir um número maior de pessoas, através de plataformas digitais. Ao início do curso, os professores apresentaram suas dificuldades que, segundo a historiadora, não eram indiferentes para ela ou os outros participantes dessas aulas. “As queixas eram comuns. Em nosso primeiro encontro síncrono, discutimos sobre a forma como a implementação das aulas remotas se deu. A maioria dos docentes não receberam nenhuma instrução”, explica.

Segundo a responsável pelo curso, uma das pautas iniciais também foi o aumento da jornada de trabalho nesse novo momento. “Nós não apenas estamos tendo que organizar as nossas aulas, como estamos tendo que produzir bem mais materiais didáticos do que antes”, argumenta. Além da falta de instrução por parte das Secretarias de Educação, a falta de apoio para adquirir esses materiais tecnológicos fizeram muitos professores aderirem por conta própria os aparelhos eletrônicos.

Sendo assim, o curso trouxe a chance de habituar-se com a rotina proposta e, mesmo a tutora da extensão não sendo especialista na área de ensino de história ou TICs, não diminuiu a potencialidade dessa atividade. Em conversa com a idealizadora dessa iniciativa, ela descreve como organizou o material destinado ao evento. “A princípio, eu selecionei um pequeno conjunto de bibliografias, produzida por historiadores e historiadoras, que tratavam do tema para que eles lessem os textos e que produzisse um debate nos encontros síncronos no google meet e nos fóruns utilizando o google classroom”, explica.

Encontros síncronos com palestras de profissionais acadêmicos de História que desenvolviam projetos, pesquisas ou mesmo que atuavam utilizando essas ferramentas como instrumento didático, além dos debates sobre os possíveis usos das mídias foram do mesmo modo abordados no decorrer das aulas. De acordo com Maiara, serviram para mostrar os possíveis usos das mídias digitais no ensino de História.

Entretanto, em meio a tantos desafios como educadores, essa ação não surgiu somente como forma de instruir os professores, mas também como uma determinada rede de apoio e solidariedade. De acordo com Juliana, o ganho do curso não foi somente a oportunidade de discutir assuntos relacionados às TICs.  “O curso de extensão serviu para mostrar os possíveis usos das mídias digitais no ensino de História. Mas acho que o ganho foi muito mais além do que aprender a explorar as TICs. O ganho foi poder entender que os desabafos, as frustrações, as dificuldades, os temores não eram casos isolados”, observa a professora, “No final de dois meses de curso, a maior contribuição foi a de criar e fortalecer redes de apoio e de trocas entre esses profissionais do ensino de História” afirma.

Imagem: Anastácia Vaz

Fonte: Agecom/UFRN

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