Crianças e adolescentes, diagnosticados com câncer, enfrentam sentimentos de medo, angústia, ansiedade e rejeição de estar gravemente doente. Apesar de tantos desafios, eles continuam a crescer e se desenvolver. Felizmente, conforme informações do Instituto Nacional do Câncer – INCA, o Diagnóstico precoce aumenta, em 80%, as chances de cura do câncer infantojuvenil.
O período de adoecimento provoca um desajuste emocional no interior da família e o afastamento do paciente dos espaços sociais, que pode acarretar consequências educacionais à vida do paciente, tais como, baixo desempenho de aprendizagem e abandono escolar.
Na Casa Durval Paiva, o setor de educação desenvolve, por meio das Classes Domiciliar e Hospitalar, um atendimento pedagógico especializado para acolher as crianças e os adolescentes, que fazem parte desse contexto, de forma humanizada, com uma rotina de atividades multidisciplinares, oferecendo momentos de aprendizagem em conjunto com o currículo regular, para garantir o direito a escolarização.
A Classe Domiciliar/Hospitalar da Casa Durval Paiva oferece um ambiente acolhedor, estimulante e facilitador de novas relações, bem como de aprendizagem. Dentre outras oficinas, destaca-se a experiência do aluno/paciente Cleiton Barros, na aula de informática. Residente na cidade de Lagoa Nova/RN, com 20 anos, cuidando de um osteossarcoma (um câncer ósseo), ele precisou se afastar da rotina convencional e dedicar-se ao tratamento. Cleiton parou seus estudos há 3 anos, no 8º ano do Ensino Fundamental, pois, para ele, prover seu sustento estava acima da educação.
Apesar de muito jovem, dedicou-se a criação de gado e, atualmente, é conhecido na sua cidade como um forte produtor e fornecedor de leite da região. Entretanto, a neoplasia transformou sua rotina, por trazer grande tensão, além dos sentimentos de tristeza, ansiedade, medo, abandono e dúvidas acerca do futuro.
Dentro das ações desenvolvidas na instituição, Cleiton tem se destacado, participando das aulas de informática, que acontecem no setor educacional, e se mostrado impressionado, por estar tendo contato com recursos nada comuns ao contexto familiar onde ele estava inserido. Como exemplo, o medo de utilizar computador durante as aulas. Algo tão comum para alguns, mas que, para ele, causou estranhamento, vergonha e insegurança, por não saber manusear.
Em virtude de minimizar as perdas educacionais, a Classe Domiciliar da CDP busca incentivar jovens, como Cleiton, a ter pensamentos positivos e interagir com os recursos disponíveis nas aulas. Essas são algumas estratégias, que podem resultar em progresso, bem-estar e motivação, bem como a retomada da vida escolar, a fim de mostrar a importância da educação e acesso ao conhecimento, mesmo em meio a um momento tão delicado para a saúde.