“Quando tudo isso começou, pensamos que a suspensão das atividades presenciais duraria dois ou três meses, no máximo. Já passou um ano e não há perspectiva para o retorno presencial seguro”. O desabafo é de uma servidora da Reitoria, mas poderia ser de qualquer estudante, docente ou técnico-administrativo do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN): em 17 de março de 2020 a Instituição começou o Distanciamento Social.
A medida foi necessária para evitar aglomeração de pessoas, uma das formas de frear o avanço da pandemia de Covid-19. Assim, mais de 40 mil estudantes e cerca de 4 mil servidores – incluídas aí as pessoas de empresas terceirizadas e prestadores de serviços – mudaram suas rotinas e vêm enfrentando essa nova realidade social. Mesmo diante dessa situação, em seus 22 campi e na Reitoria, o IFRN não parou. Ao tempo em que a estrutura física passou a ser espaço de atividades como limpeza e manutenção – de laboratórios, de jardins ou mesmo de cuidados com os animais –, as ações on-line nunca foram tão fortes.
Para mostrar parte das ações realizadas, traremos uma série de matérias sobre as atividades realizadas nesse Um Ano de Distanciamento.
Solidariedade
Os campi Caicó, Ipanguaçu, Nova Cruz, Pau dos Ferros, Parnamirim, Santa Cruz e São Gonçalo do Amarante desenvolveram projetos para a produção de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e de insumos sanitários, que foram doados a hospitais e outras instituições públicas como a Polícia Militar e o SAMU. Juntos, produziram e doaram até agora 10420 itens de EPIs. Já os campi Apodi, Nova Cruz, Mossoró e Pau dos Ferros produziram e doaram 32.677 litros de saneantes (sabão líquido, detergente e álcool 70º).
No Campus Caicó, por exemplo, os laboratórios dos cursos de Vestuário (técnico) e Design de Moda (superior) passaram a produzir capotes (2.575), lençóis (40), máscaras (677) e protetores de rosto (100). Esse material foi doado para instituições como o Hospital Regional Telecila Freitas Fontes, na própria cidade, e para o Hospital Maternidade Terezinha Lula de Queiroz, em Jucurutu, entre outros.
Em razão da suspensão das atividades presenciais da Instituição, os campi realizaram a distribuição de insumos de saúde e de alimentos perecíveis, com o acompanhamento do Comitê Covid-19 IFRN.
Vulnerabilidade Social
Segundo dados disponíveis no Farol de Desempenho do IFRN, o percentual estimado de discentes em situação de vulnerabilidade socioeconômica – com renda familiar per capita até um salário mínimo – é de 82,94%. Para não deixar de dar suporte e atenção a esses milhares de jovens e suas famílias, a Instituição realizou atividades coordenadas no intuito de manter ações ligadas à Gestão de Atividades Estudantis, como o remanejamento do orçamento para a aquisição de alimentos para as refeições realizadas nos campi, que possibilitou a doação de 27.860 cestas básicas a estudantes em vulnerabilidade social.
Após implantada a modalidade de ensino remoto, foram necessários recursos para permitir que esse mesmo público vulnerável pudesse adquirir equipamentos eletrônicos, como notebooks, e serviços de internet para acessar os conteúdos das aulas. Todos os campi lançaram edital com essa finalidade, concedendo um total 8.095 auxílios digitais.
Infraestrutura
As gestões dos campi que possuíam planejamento para a realização de obras e reformas mantiveram os seus cronogramas, sempre com atenção aos protocolos e limitações sanitárias vigentes. Foram realizadas obras de acessibilidade, com adequações, acessos, passarelas, rampas e escadas, obras de recuperação ou substituição de estruturas e obras de reforma e construção de salas e laboratórios. Os campi que realizaram obras ou licitação para novas obras nesse período foram: Canguaretama, Ceará-Mirim, Currais Novos, João Câmara, Lajes, Macau, Mossoró, Natal-Central, Natal-Cidade Alta Natal-Zona Norte, Parelhas, Pau dos Ferros, Parnamirim, São Gonçalo do Amarante, Santa Cruz e São Paulo do Potengi, com destaque, por exemplo, à ampliação do Centro de Tecnologia em Energia Eólica, no Campus João Câmara, e à construção de um novo anexo com salas de aula e laboratórios no Campus Natal-Cidade Alta.
Por Clara Bezerra e Clayton Fernandes
Fonte: IFRN