Vivendo hoje um dos momentos mais críticos desde o início da pandemia, o estado do RN, assim como todo o Brasil, vive sua segunda onda da Covid-19 com grande fila de pessoas por leitos e aumento da mortalidade. Em reunião virtual ocorrida nessa terça-feira (16), esse foi o cenário apresentado e reforçado à federação e sindicato dos trabalhadores do RN pelo vice-governador Antenor Roberto diante da construção de um novo decreto estadual.
O RN registrou até esta terça 3.959 óbitos confirmados, 11 deles ocorridos nas últimas 24h. Os leitos críticos, no horário da reunião, apontavam 96,2% de ocupação, com 117 pacientes na fila de espera, sendo 107 da região metropolitana e 10 da região oeste.
O Rio Grande do Norte tem 716 leitos Covid ativos – 350 UTIs e 366 clínicos. Para dar suporte à expansão dos leitos, o governo contratou mais 4.100 novos profissionais para atuação no combate da linha de frente contra o coronavírus.
Todas essas providências somam-se às medidas restritivas de isolamento social e de protocolos de biossegurança para conter o avanço da doença e desafogar o sistema de saúde, público e privado, enquanto se espera o processo lento da vacinação no país, que acontece a conta-gotas. O último decreto estadual com medidas restritivas, incluindo o toque de recolher (Decreto n° 30.388) tem vigência até esta quarta-feira (17).
No cenário nacional, o governo federal lança medida provisória que recria o auxílio emergencial. Pelo novo auxílio, o governo vai pagar parcelas que variam entre R$ 150 e 375, valor muito abaixo do auxílio anterior, concedido no primeiro momento da pandemia.
Para Antenor, “os trabalhadores são os grandes penalizados pela ausência de uma assistência concreta, já que o auxílio emergencial é ínfimo, insuficiente para que as pessoas tenham o mínimo de dignidade. Na perspectiva do trabalho e da renda, é uma crueldade.”
O vice-governador também levantou a questão da ausência de um plano nacional que socorra os pequenos e médios empresários. No plano estadual, o Governo do Estado, via Agência de Fomento, disponibiliza R$ 10 milhões em crédito para capital de giro destinado a empresas e empreendedores do segmento de turismo, bares e restaurantes. “Mas quem tem condições realmente de acudir os empresários que precisam desse acolhimento, assim como os trabalhadores para proteger seus empregos, é um plano nacional.”
Sinalizou também que todas as medidas que serão anunciadas no novo decreto serão uma forma de não fechar tudo para não sufocar tanto a economia. Mas o gestor fez um apelo para que as pessoas se conscientizem da gravidade do momento: “o que chama mais atenção é que a nova cepa está matando os mais jovens. A média caiu para 45 anos. Realmente só podemos sair de casa para o imprescindível. Temos que trabalhar com a consciência das pessoas. Porque salvar vidas está no centro das nossas atividades. Ser sindicalista, ser trabalhador, ser gestor hoje é colocar a vida no centro de tudo”, finalizou.
Também estiveram presentes na reunião o secretário da Saúde Pública do RN, Cipriano Maia; a secretária-adjunta do Gabinete Civil (GAC), Socorro Batista; e representantes das federações e sindicatos dos trabalhadores do RN, como a CUT-RN e Fetam-RN.
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Fonte: Assecom/RN