O primeiro lote da vacina de Oxford pode ser enviado ao Rio Grande do Norte neste domingo (24). Isso porque o avião que transportava os dois milhões de doses da vacina da AstraZeneca e da Universidade de Oxford produzidas no Instituto Serum, na Índia, chegou a São Paulo na tarde desta sexta-feira 22, após o governo indiano autorizar as exportações comerciais do imunizante. O pouso ocorreu por volta das 17h20.
Procurada pela reportagem do Agora RN, a Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) confirmou que o recebimento das doses está previsto para domingo. “Ainda não sabemos sobre quantidades que chegarão, mas assim que o Ministério da Saúde nos repassar, encaminharemos. Após a chegada das doses, em até 72h pretendemos iniciar a aplicação”, informou a pasta através da assessoria de comunicação.
A distribuição das vacinas aos estados pelo Ministério deve acontecer ao longo deste fim de semana, após as caixas passarem por um processo de rotulagem. Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que será a responsável pelo procedimento, o processo deve durar de três a quatro horas.
O carregamento foi recepcionado por três ministros em São Paulo: Eduardo Pazuello, da Saúde; Ernesto Araújo, das Relações Exteriores; e Fábio Faria, das Comunicações. Eles estavam acompanhados do embaixador da Índia no Brasil, Suresh Reddy.
As doses foram colocadas em um avião da Azul, que fez o transporte até o Rio de Janeiro. A Índia havia apenas enviado remessas de vacinas gratuitas a países vizinhos. Agora, liberou as comerciais, e Brasil e Marrocos são os primeiros beneficiados.
O Brasil vinha enfrentando dificuldades para liberar a carga de 2 milhões de doses que comprou do Instituto Serum. Na quarta 20, o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Ernesto Araújo, disse que não havia prazo para receber o carregamento, mas negou que problemas políticos e diplomáticos com a Índia tenham atrasado a entrega.
Na segunda 18, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que a diferença de fuso horário complicava as negociações.
Anvisa aprova 2º pedido de uso emergencial da Coronavac
A diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta sexta-feira 22 por unanimidade o uso emergencial de mais 4,8 milhões de doses da vacina Coronavac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.
O pedido foi feito pelo Butantan na segunda-feira 18. Um primeiro lote com 6 milhões de doses da Coronavac já tinha sido liberado no último domingo 17 para aplicação emergencial. Essa fração chegou pronta da China e começou a ser distribuída em todo o país pelo Ministério da Saúde nesta semana.
O novo pedido de autorização é para o uso emergencial de todas as doses envasadas pelo Butantan. Atualmente, o instituto tem 4,8 milhões de doses prontas aguardando liberação. Gustavo Mendes, gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos, fez uma apresentação técnica sobre o pedido do Instituto Butantan e, ao final, recomendou a aprovação para uso emergencial, frisando que há ausência de “alternativas terapêuticas” para o tratamento da Covid-19.
“Tendo em vista o cenário da pandemia, o aumento do número de casos, ausência de alternativas terapêuticas, específicas para a Covid, recomendamos a aprovação dessa vacina nessas condições, mas com monitoramento das incertezas”, disse Gustavo Mendes.
Ele destacou que a armazenagem das doses em uma câmara fria deve ser feita em uma temperatura entre dois e oito graus. Segundo Mendes, armazenar os imunizantes nessas condições “preserva a vacina da melhor maneira”.
O gerente-geral de Medicamentos disse ainda que, desta vez, o frasco da vacina é do tipo multidose, com dez doses. O primeiro pedido fez referência a frascos do tipo monodose, ou seja, contendo dose única.
A recomendação, segundo Gustavo Mendes, é de que as dez doses sejam utilizadas em um prazo de até oito horas após a abertura do frasco.
“Se essas dez doses não forem utilizadas em até oito horas, nós não conseguimos garantir a integridade e a pureza da vacina. Então, além de determinar esse prazo de até oito horas para que a vacina seja utilizada, a nossa preocupação é que as técnicas assépticas para manuseio estejam atentas para que não haja qualquer risco de contaminação desse frasco durante o uso”, afirmou.
O gerente-geral de Inspeção e Fiscalização Sanitária da Anvisa, Fabrício Carneiro de Oliveira disse na apresentação técnica que, em mais de 5 mil unidades envasadas analisadas, não foi identificada nenhuma unidade contaminada após a incubação, o que “demonstra que os procedimentos estão adequados para permitir que não haja contaminação involuntária”.
“O parecer é que as informações prestadas demonstram o cumprimento das boas práticas e justificam o uso emergencial da vacina. Nos manifestamos pela aprovação de eventuais novos pedidos para vacinas importadas prontas bem como o granel formulado pela Sinovac com envase e acondicionamento pelo Butantan”, disse.
Fonte: Agora RN
Imagem: CNN