A hemofilia é uma doença hereditária, que se caracteriza por desordem de coagulação do sangue (fator VIII – hemofilia A e fator IX – hemofilia B), é a coagulopatia mais comum. É uma doença crônica, ou seja, que não tem cura e acontece em pacientes do sexo masculino.
A odontologia vem buscando seus atendimentos numa visão de tratamento mais ampla do paciente. Cuida de indivíduos que tenham repercussão na região oral, não se restringindo aos dentes. É importante que o cirurgião dentista, através de uma boa avaliação, esteja atento para qualquer alteração na saúde de todos os seus pacientes.
O acompanhamento odontológico ocorre cada vez mais precocemente, como no caso da odontopediatria, com prevenção e orientações educativas a partir do desenvolvimento pré-natal. O odontopediatra, no atendimento a bebês, crianças e adolescentes, têm um papel muito importante numa equipe de saúde, no que se refere a uma investigação durante o exame clínico para um correto diagnóstico e plano de tratamento, alertando para possíveis sinais característicos de sangramento em cavidade bucal. É importante que o dentista tenha conhecimento dos distúrbios de coagulação e saiba das possibilidades de atendimento odontológico.
Os pacientes hemofílicos precisam de um atendimento odontológico especializado, pois a coagulação é mais demorada, provocando hemorragias frequentes. O atendimento pode ser feito desde a prevenção até a extração dentária, porém, as extrações exigem que o dentista entre em contato com o hematologista para que o paciente tome o fator de coagulação VIII ou IX antes do procedimento, para que fique em nível de coagulação normal. Deve-se evitar a anestesia troncular (anestesia aplicada na região retromolar da mandíbula) devido ao risco de formar hematomas e sangramento, ou na área ao redor da faringe, que pode levar a obstrução das vias aéreas superiores, podendo levar à morte do paciente devido à alta vascularização dessa área.
É importante salientar que uma boca sadia, com gengivas saudáveis e dentes limpos não sangra espontaneamente, nem mesmo nos pacientes com distúrbio da coagulação. Sangramentos espontâneos na gengiva se dá pela presença de restos alimentares causados pela má escovação. O paciente, com medo que sangre mais, deixa de escovar os dentes, inflamando a gengiva e favorecendo mais o sangramento, daí a importância de uma higiene bucal adequada e da prevenção com flúor no dentista, evitando também o aparecimento da cárie dentária. A higiene bucal deve ser mantida mesmo na presença de sangramentos gengivais. Esses sangramentos denunciam a necessidade de melhorias da própria higiene oral e, principalmente, da necessidade da visita a um dentista.
Restaurações, tratamento endodôntico (canal), ortodontia (aparelho dentário), raspagem de tártaro, podem ser realizados adequados a cada caso.
As medidas de higiene oral, escovação e uso do fio dental devem sempre ser reforçados e estimulados constantemente aos pacientes, de acordo com as devidas faixas etárias. Na Casa Durval Paiva também são atendidos pacientes, tanto crianças como adolescentes, com distúrbios da coagulação, como os hemofílicos, por exemplo, estes recebem tratamento odontológico preventivo, educativo e curativo.
É importante ressaltar que o dentista não tenha receio de atender o paciente hemofílico, estando para isso bem orientado quanto aos cuidados e o médico hematologista seja consultado sempre que necessário.
Simone Norat Campos
Dentista – Casa Durval Paiva
CRO/RN 1784