O Governo Federal entregou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um plano nacional desenvolvido pelo Ministério da Saúde para a vacinação da população contra um covid-19. O documento foi divulgado no sábado, 12 pela Corte e não especifica datas para o início de uma eventual campanha de vacinação.
No documento, o governo prevê a necessidade de 108 milhões de doses de vacina para os grupos prioritários, mas não estima um cronograma para vacinar toda a população brasileira.
O plano inclui um CoronaVac, vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo, entre os imunizantes candidatos a serem utilizados na vacinação.
Após a divulgação do plano, pesquisadores citados como colaboradores na preparação do documento divulgados não ter acesso ao texto enviado pelo governo ao STF.
Em nota assinada por 36 pessoas, o grupo técnico do “Eixo Epidemiológico do Plano Operacional Vacinação Covid-19” se disse surpreendido com o documento e afirma que o texto “não lhe foi apresentado” nem teve sua anuência.
O Ministério da Saúde, por sua vez, informou que os pesquisadores foram consultados como fonte para participar de debates, mas “sem qualquer poder de decisão” na formalização do documento.
Uma das citadas no plano, a enfermeira e epidemiologista Ethel Maciel, professora da UFES (Universidade Federal do Espírito Santo), informou em seu Twitter que soube pela imprensa sobre o envio do documento. Em entrevista à GloboNews, ela disse que o governo não deu explicações sobre a divulgação do plano e reafirmou que nenhum deles teve acesso ao relatório final.
O que diz o plano
O plano entregue é dividido em dez eixos, passando pela definição de população-alvo, vacinas que serão aplicadas, operacionalização das campanhas, orçamento e comunicação que será adotada. O documento não traz dados para o início da vacinação nem um cronograma definido.
O ministério afirma que o plano “de fato não apresenta dados exata para vacinação” diante da “inexistência no mercado nacional de um imunobiológico eficaz e seguro” aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
“Apresentar uma data, especificar um imunobiológico e apresentar informações sem a devida identificação de uma aprovação aprovada pela Anvisa, não condiz com as práticas de segurança e eficiência do Programa Nacional de Imunizações da pasta”, diz o documento.
Fonte: Agora RN
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