O neurocientista e professor catedrático da Universidade de Duke (EUA) Miguel Nicolelis afirmou à CNN, nesta terça-feira 20, que o Brasil deve começar a abastecer os estoques de insumos e equipamentos para se preparar para uma nova da Covid-19.
“O Brasil tem que começar a restabelecer seus estoques de medicamentos básicos, equipamentos de proteção individual, máscaras, respiradores e tudo aquilo que foi necessário na primeira onda – e faltou, inclusive, pelo país afora. Temos que começar isso agora”, defendeu.
Nicolelis destacou que “o mundo está indo ao mercado internacional comprar isso de novo, porque está vendo o que está acontecendo” e que o Brasil não deve se apoiar na queda dos números de casos e mortes para ir na contramão da precaução. “Brasil ainda vive uma pandemia fora de controle”, pontuou.
“Os países vão novamente se dirigir ao mercado internacional e tentar se reabastecer daquilo tudo que é essencial, e o Brasil não pode simplesmente ficar sentado nos louros dessa queda que estamos tendo, porque ainda é uma pandemia fora de controle”, frisou ele.
O pesquisador ainda criticou gestores públicos que tomam decisões com base na atual queda de casos, mortes e internações.
“Gestores públicos estão olhando para números atuais. Nós, cientistas, para daqui a algumas semanas ou meses no futuro. E é aí que começamos a nos preocupar”, afirmou o cientista, que também coordena o Comitê Científico do Consórcio Nordeste para a Covid-19.
Nicolelis demonstrou espanto com casos de aglomeração pelo país. “Fico surpreso com os relatos de reabertura pelo Brasil, porque é chocante ver um evento com 300 pessoas em um país com uma pandemia fora de controle”, disse. “Não consigo pôr isso como possível”, completou.
Na Europa, a situação do novo coronavírus na região belga da Valônia e na capital Bruxelas está “perto de um tsunami”, disse o ministro da saúde do país em uma entrevista à televisão local.
Entre os vizinhos do Brasil, a Argentina se tornou o quinto país a ultrapassar a marca de 1 milhão de casos do novo coronavírus, segundo dados do Ministério da Saúde local atualizados nessa segunda-feira 19.
O vizinho do Brasil se torna, assim, a menor nação em território e população a atingir a marca, após uma aceleração dos casos na última semana.
Fonte: Agora RN
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