Entrevista: Alayde Passaia, a candidata de 1 milhão de reais

Alayde Passaia é candidata ao cargo de vereadora pelo Partido Novo. Essa é a primeira vez que ela concorre ao cargo de vereador. Empresária, publicitária e mãe de três filhos, Alayde fala com exclusividade ao JOL RN sobre sua campanha e como pretende trabalhar em prol da cidade.

JOL RN: Alayde, essa é a primeira vez que você disputa um cargo político? O que a fez se decidir a enfrentar esse pleito?

Alayde: Já fui candidata a deputada federal, em 2018. Fui a 19ª mais votada em Natal, ficando na frente de vários caciques de nossa política, isso sem torrar um único centavo de dinheiro público. Eu era totalmente alheia à política, até que entendi, diante de crises, tanto econômica como moral e política, que a política não pode ser lugar de gente despreparada, de gente corrupta, mas sim de pessoas que estejam preparadas para assumir um papel protagonista numa mudança séria, de verdade. Pra isso, me preparei muito nos últimos anos, com cursos e treinamentos específicos para assumir essa enorme responsabilidade.

JOL RN: O Partido Novo é o único no país que faz processo seletivo de seus candidatos, priorizando qualidade acima de tudo. Como foi para você esse processo seletivo?

Alayde: Sim, você está correto. É um processo duro, que realmente procura escolher os candidatos mais qualificados para o cargo pretendido, no meu caso, vereadora. No processo, além das provas, temos acompanhamento para nos especializarmos. Nós estudamos a fundo pautas importantes para que vereadores possam exercer o cargo. Eu já havia passado pelo processo seletivo em 2018, mas esse aqui foi ainda mais puxado, mais completo. Fico feliz em ver um time de candidatos a vereadores que Natal nunca teve. Uma qualidade realmente impressionante. Sou muito orgulhosa de pertencer a esse time.

JOL RN: Em suas propostas de campanha, você fala sobre o corte de gastos público, barramento de propostas que visem aumento de impostos, bem como o corte de privilégios dentro do legislativo municipal. Você pode falar um pouco sobre isso?

Alayde: Faz sentido pra alguém que um vereador que ganhe em torno de 20 mil reais precise alugar carro ou pagar combustível com o dinheiro do contribuinte? Acredite, tem vereador que gasta 4 mil reais ou mais nesses quesitos. Usar dinheiro do povo com a desculpa de estar divulgando sua atividade parlamentar? Pra mim, isso é campanha antecipada, né? Usar 13 assessores torrando mais de 40 mil reais por mês com isso? Totalmente desnecessário. Em São Paulo, a vereadora Janaína Lima, do Novo, por exemplo, usa 6 assessores em uma cidade como São Paulo, gente. E olha que ela tem direito a 20 ou mais.

Eu já digo de antemão, que nosso mandato vai economizar no mínimo, veja bem, no mínimo 1 milhão de reais e que vou fazer de tudo para direcionar toda essa verba para educação de base, assim como todas as minhas emendas. É revoltante ver os números do IDEB que saíram há poucos dias e que nos coloca em posições humilhantes, tanto no Brasil como dentro do nosso próprio RN.

JOL RN: Você também fala em criar leis para regulamentar as parcerias público privadas (PPPs), como isso será implantado?

Alayde: Vocês acreditam que uma empresa não consegue adotar uma escola ou doar um bicicletário e expor sua marca ao mesmo tempo? Na cabeça dos nossos políticos é melhor que a cidade não tenha banheiros químicos, escolas decentes, bicicletários, academias públicas e outros aparelhos que melhorem a vida do cidadão do que empresas poderem obter publicidade com isso. É um pensamento retrógrado que penaliza o cidadão.

Minha proposta é regulamentar o mais rápido possível para que a iniciativa privada consiga proporcionar, junto com o poder público, uma qualidade de vida bem melhor pro cidadão natalense que não aguenta mais pagar impostos absurdos, como o IPTU, que a prefeitura aumentou tiranicamente e não ter serviços e nem qualidade de vida.

JOL RN: Duas propostas que eu achei bastante interessantes foi a do Revogaço, que visa revogar leis inúteis ou que dificultem o empreendedorismo, e a outra foi sobre o Gabinete Compartilhado. Explique-nos um pouco sobre essas duas propostas?

Alayde: Ah, não sabe como amo essas duas ideias.

Os vereadores do Novo pelo Brasil tomaram a iniciativa de revisar as leis municipais em suas cidades e encontraram milhares delas que não fazem qualquer sentido ou que são exatamente iguais que outras. O pior disso é que a maior parte delas acaba dificultando a vida de quem empreende, de quem poderia gerar empregos na nossa cidade. Não é a toa que Natal é uma das capitais que tem o pior desempenho do Brasil quando o assunto é geração de empregos, porque existem leis que simplesmente afugentam aqueles que querem investir na cidade. Não existe segurança jurídica para ninguém.

A questão do gabinete compartilhado é simples. Qual o sentido de vereadores que tenham o mesmo partido, os mesmos ideias e terão provavelmente mesmas ideias de projetos de lei, precisem ter um monte de assessores que farão o mesmo trabalho e discutirão os mesmos temas? Oras, é o dinheiro do povo que está sendo torrado pra servir de cabide de emprego de muito cabo eleitoral, né? Nós, do Novo, temos a obrigação de reduzir em pelo menos 50% nossos gastos com gabinete e pessoal, mas a nossa meta será bem mais ousada. E vamos conseguir, lembrando que a minha economia terá todo meu esforço para ser direcionada para a educação de base: escolas e creches.

JOL RN: Uma coisa que chama muito a atenção no Partido Novo, que é o não uso de dinheiro público, nem mesmo em suas campanhas. Vocês já entraram com uma ação para devolver o dinheiro do Fundo Partidário para que fosse aplicado ao serviço público (saúde, educação, segurança). É possível um partido, no Brasil, conseguir se manter sem precisar usar o dinheiro do povo?

Alayde: Qual o sentido de retirar a força o dinheiro do cidadão, através de impostos que cada um paga em seu arroz e feijão de todos os dias, para financiar políticos? Isso é um crime contra um povo que sofre em filas de hospitais, em escolas sem estrutura… Tem gente que esquece que temos mães parindo no chão em pleno século XXI.

Conseguimos aprovar a devolução do nosso Fundo Eleitoral para a União, mas o Fundo Partidário a gente não conseguiu ainda. Acreditem, quando consultamos o TSE, eles disseram que se devolvêssemos, a grana iria pros outros partidos. O sistema não foi feito pra funcionar decentemente, né?

E sim, é possível se manter sem a grana do povo. O Novo nasceu como partido em 2015 e hoje temos um governador, 8 deputados federais, 12 estaduais e um distrital e mais vereadores pelo Brasil. Isso tudo, repito, sem usar um único centavo de quem não concorda conosco.

JOL RN: Para finalizar, você gostaria de deixar um recado para nossos leitores?

Alayde: Essa campanha é uma campanha bem diferente, tem candidatos pra todos os gostos. A minha mensagem é que todos pesquisem bem cada candidato. Vejam seu preparo para legislar sobre o nosso dia a dia, sobre a nossa cidade.

Muitos dão pouca atenção aos vereadores, mas são eles que decidem sobre as coisas que estão no nossa rotina diária daqui de nossa cidade.

Então, participem dessa eleição de forma que sua escolha seja muito bem analisada.

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